Meteorologia

Subida de temperatura no fim de semana antecede onda de calor no São João

Mário Marques analisa as previsões para os próximos dias. Sobre os forte temporal que atingiu o norte do país, o climatologista sublinha que se trata de um episódio “normal de ocorrer nesta altura do ano”.

Loading...

As previsões meteorológicas apontam para um aumento da temperatura em Portugal nos próximos dias. No entanto, durante o fim de semana, há a possibilidade de ocorrer chuva. O climatólogo Mário Marques explica que a subida de temperatura não é “muito acentuada” e que vai ao encontro do esperado para a época.

“Existe uma tendência para que o ciclone os Açores venha influenciar um pouco estes próximos dias. Será breve, portanto, não há uma subida muito acentuada, é uma subida normal”, afirma em declarações à Edição da Manhã da SIC Notícias.

O climatologista recorre a um ditado popular para explicar que esta subida de temperatura já é comum: “Já estamos no verão e, como se costuma dizer no adágio popular, ‘ande o verão por onde andar pelo São João, ele virá cá parar’.

No fim de semana, o anticiclone dos Açores deverá retroceder, levando ao aparecimento de uma pequena depressão noroeste que deverá levar a uma “suavização das temperaturas” em Portugal durante dois ou três dias.

“Quando a depressão sair da área de influência da Península Ibérica e migrar ligeiramente para noroeste - no dia 20, sensivelmente, ou 21 – poderemos ter o que chamamos a verdadeira primeira onda de calor”, afirma o especialista.

Nessa altura, “as temperaturas poderão superar os 35ºC ou 36ºC em todo o território”, com “muitos locais a ultrapassar os 40ºC”. Esta onda de calor poderá durar “quatro, cinco ou até seis dias consecutivos”.

Forte temporal no norte deixa rasto de destruição na agricultura

Um forte temporal atingiu vários concelhos dos distritos de Bragança, Guarda e Vila Real. Numa hora choveu o equivalente ao que foi registado nos meses de novembro e dezembro. Para Mário Marques, estes fenómenos extremos “são normais de ocorrer nesta altura do ano”.

“Hoje há uma capacidade muito grande de registar qualquer ocorrência que existe em qualquer lugar, ao contrário do que existia no passado. Às vezes parece que estas situações não aconteciam no passado e aconteciam. No ano passado e há dois anos aconteceram em junho.”

O climatologista explica que estes fenómenos ocorrem devido à confluência de duas massas de ar e uma formação de desenvolvimento vertical que aumenta a “intensidade quer da precipitação, quer de ventos localmente fortes e da queda de granizo ou saraiva, dependendo da granularidade da mesma”.

Mário Marques sublinha que estes episódios são “muito localizados”.