Meteorologia

Entrevista SIC Notícias

Verão até ao início de outubro: "Vaga passageira de calor" deverá durar três dias

O climatologista Mário Marques explica que "os distritos do Interior, Viseu, Castelo Branco, e mesmo partes de Coimbra poderão ultrapassar os 30, 32 graus" nos próximos dias em que se irá registar "uma vaga passageira de calor".

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As temperaturas podem ultrapassar os 30 graus em Portugal continental, nos próximos dias. A partir de quinta-feira e até ao fim de semana nos distritos de Beja, Castelo Branco, Évora, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal prevêem-se as temperaturas mais elevadas. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, na sexta-feira a temperatura máxima no Alentejo pode chegar aos 36 graus. O climatologista Mário Marques, do Planoclima, diz, no entanto, que esta vaga de calor será passageira e deverá durar no máximo até domingo.

"Vamos ter uma vaga passageira de calor, são três dias, e não uma onda de calor".

“Os distritos do Interior, Viseu, Castelo Branco, e mesmo partes de Coimbra poderão ultrapassar os 30, 32 graus. Isto é um pouco o El Niño, tal como está a afetar toda a situação no Brasil, com temperaturas extremamente elevadas”, acrescenta.

Este aumento das temperaturas será temporário, será nos próximos 3, 4 dias até sensivelmente ao dia 30, máximo dia 1 de outubro, e deve-se ao facto de o anticiclone dos Açores oscilar um pouco mais para Oeste e enfraquecer. E existe outro anticiclone, centrado na Europa, que vai estender-se um pouco mais em crista até ao Mediterrâneo e ao Norte da África e poderá injetar também alguma poeira momentânea e transportar ar quente vindo do Norte de África. Portanto, aí também quero referir que toda a Europa, neste caso, está com temperaturas acima do normal, com 26°, 27° graus”, explica o climatologista.

“Mudança de padrão” e previsão de tempestade tropical nos Açores

De acordo com Mário Marques, que já na semana passada tinha previsto que “o verão poderia entrar por outubro dentro”, verificar-se-á depois, nos primeiros dias do próximo mês, “uma mudança de padrão, com o anticiclone dos Açores a enfraquecer um pouco mais, a mover-se para Oeste e permitir aí um ar Atlântico que vá propagar-se para junto da Península Ibérica e também trazendo alguma humidade”.

O climatologista prevê a existência de condições favoráveis à ocorrência trovoada no dia 3, 4 e a possibilidade de uma tempestade tropical no Atlântico nos dias 5, 6 que "poderá já estar perto da costa portuguesa, nos Açores, e poderá afetar o Grupo Ocidental dos Açores. Esperemos que não, porque senão poderá ser outro Lourenço”.