O calor imenso por toda a Europa está a aumentar as preocupações ambientais. Este poderá ser o ano mais quente de sempre. O alerta é do Observatório do Clima da União Europeia. Em pelo menos 10 países os termómetros ultrapassaram médias diárias superiores a 50 graus.
No último ano a temperatura média da terra ultrapassou - todos os meses - a barreira definida pelo acordo de Paris. Esteve mais do que um grau e meio acima dos valores da era pré-industrial.
Um grau e meio pode parecer pouco mas é o suficiente para aumentar a intensidade e a frequência de fenómenos climáticos extremos. É o limite de segurança a partir do qual as alterações climáticas podem ser perigosas e irreversíveis.
Acima dos 50 graus
O mês de julho foi o segundo mais quente da história do planeta. Pelo menos 10 países registaram temperaturas diárias acima dos 50 graus.
O calor extremo atingiu países como o Japão, a China, a Grécia e a Bulgária. Na Hungria, o julho mais quente de sempre obrigou os produtores de vinho a começar as colheitas um mês mais cedo. O aumento das temperaturas pode tornar o país demasiado quente para a produção de vinho banco.
Além das ondas de calor, houve inundações no Paquistão e na China e aluimentos de terra na índia. Os Estados Unidos e as Caraíbas foram atingidos por furacões e incêndios de grandes dimensões.
Onda de calor nos próximos dias
Os próximos dias trazem mais uma onda de calor a vários países, como França, Itália e Portugal.
Por cá os distritos de Bragança, Guarda e Vila Real estão sob aviso vermelho até às 18:00 deste sábado por causa do calor extremo, com os termómetros a chegarem aos 40 graus em muitos locais do norte e centro do país.
A Direção Geral de Saúde (DGS) recomenda um conjunto de medidas de proteção, como evitar exposição às altas temperaturas, hidratação e atenção aos grupos mais vulneráveis.
O que fazer para se proteger do calor
Beber água, mesmo quando não se tem sede, evitando o consumo de bebidas alcoólicas, e procurar permanecer em ambientes frescos e arejados ou climatizados, pelo menos duas a três horas por dia são algumas dessas medidas.
Também evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11:00 e as 17:00, utilizar protetor solar com fator igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação de duas em duas horas e após os banhos na praia ou piscina.
Devem-se utilizar roupas de cor clara, leves e largas, que cubram a maior parte do corpo, chapéu e óculos de sol com proteção ultravioleta e evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente desportivas e de lazer, no exterior.
Segundo a DGS, devem ser escolhidas as horas de menor calor para viajar de carro e não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol.
A autoridade de saúde chama a atenção para os cuidados a ter com os grupos mais vulneráveis ao calor, tais como crianças, idosos, doentes crónicos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida, trabalhadores com atividade no exterior, praticantes de atividade física e pessoas isoladas.
O aviso vermelho é o mais grave de uma escala de três e indica uma situação meteorológica de risco extremo.