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Último cessar-fogo da ETA foi anunciado em março de 2006 e durou quase 9 meses

O último cessar-fogo da ETA, antes do hoje anunciado, ocorreu a 22 de março de 2006 e durou até 30 de dezembro desse ano quando a organização realizou um atentado no aeroporto de Barajas, Madrid, que fez dois mortos.

O cessar-fogo mais longo da organização separatista basca foi anunciado a 18 de setembro de 1998, tendo durado 439 dias.



Ao longo da sua história, a ETA anunciou uma dezena de tréguas, entre as quais estas são as mais significativas, segundo uma cronologia publicada na edição on-line do jornal espanhol El Mundo:



Fevereiro de 1981 -- O primeiro cessar-fogo deu-se poucos dias após o golpe de Estado de 23 de fevereiro e foi anunciada para um ano, tendo-se prolongado até agosto do ano seguinte.



29 de janeiro de 1988 -- A ETA oferece ao Governo espanhol uma trégua de 60 dias com o objetivo de negociar uma saída para o conflito basco. Representantes da organização e do Governo mantêm contactos, que não dão frutos.



15 de fevereiro de 1988 -- Nova proposta da ETA para uma trégua de 60 dias, mas que não se materializa.



30 de outubro de 1988 -- A ETA oferece, nas mesmas condições, um cessar-fogo de 60 dias que, uma vez mais, não se chega a concretizar.



08 de janeiro de 1989 -- A ETA declara uma trégua de duas semanas, coincidindo com o início das chamadas Conversações de Argel (entre o Governo de Madrid e a organização).



28 de janeiro de 1989 -- A organização prolonga este cessar fogo por mais dois meses, enquanto prosseguem os contactos entre a ETA e o Governo em Argel.



27 de março de 1989 -- Novo prolongamento de dois meses. Prosseguem as conversações entre os representantes das duas partes.



04 de abril de 1989 -- Fracassam as conversações de Argel e a ETA anuncia o fim do cessar-fogo.



10 de julho de 1992 -- A ETA propõe um cessar-fogo de 60 dias, pouco depois da queda da sua cúpula em Bidart (França).



26 de abril de 1995 -- A organização apresenta a sua Alternativa Democrática com uma proposta para a pacificação do País Basco.



23 de junho de 1996 -- A ETA declara uma trégua de uma semana e dá ao Governo a possibilidade de negociar uma saída do conflito, proposta a que o Governo não responde.



20 de novembro de 1997 -- A cúpula da ETA declara uma trégua que virá a ser chamada "Frente de las cárceles".



16 de setembro de 1998 -- A organização anuncia uma trégua indefinida e sem condições que começaria dois dias depois. O Governo mostra-se disposto ao diálogo: em maio de 1999 realiza-se um encontro na Suíça que não deu frutos.



28 de novembro de 1999 - Um comunicado da ETA anuncia o fim do cessar-fogo.



18 de fevereiro de 2004 -- A um mês das eleições gerais espanholas, a organização anuncia uma trégua ilimitada no território da Catalunha.



18 de junho de 2005 -- Um mês depois de o Congresso apoiar a moção do Partido Socialista espanhol para dialogar com a ETA, a organização anuncia o fim das suas "ações armadas" contra "os eleitos dos partidos políticos de Espanha". Uma semana depois, a organização esclarece no seu boletim "Zutabe" que esta trégua não inclui os membros do Governo.



22 de março de 2006 -- A ETA anuncia um cessar-fogo permanente para "impulsionar um processo democrático em Euskal Herria (País Basco)". Um comunicado da organização marca o início desta trégua para 24 de março de 2006.



30 de dezembro de 2006 -- A ETA viola o cessar fogo com um atentado no aeroporto de Barajas que custou a vida a dois jovens equatorianos.













(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)



Lusa