Autoridades locais atribuem a nova onda de ataques à insatisfação de quadrilhas, que controlam o tráfico na cidade, com a atual política de ocupação policial de diversas favelas anteriormente dominadas por fações criminosas.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou hoje que a população deve manter a calma, apesar dos constantes ataques de criminosos registados nos últimos dias.
A imprensa local está a acompanhar, em tempo real, a movimentação das forças policiais para prevenir e conter a escalada de ações criminosas que ocorre desde o último domingo.
O secretário de Segurança enfatizou que as autoridades têm um planeamento estratégico para a segurança no Rio até 2014, quando a cidade deverá albergar o jogo de fecho do Mundial de Futebol.
"Temos resultados. Já tiramos 200.000 pessoas da ameaça de fuzis" , afirmou o secretário, referindo-se à política de ocupação policial de favelas.
Segundo Beltrame, os índices de homicídio diminuíram dos 500 casos por mês para atuais 300.
"São dados ruins, mas temos um plano bem estruturado para o Rio. Não é uma proposta efémera, que termina depois do processo eleitoral" , afirmou Beltrame.
Beltrame disse que ainda não há informações seguras de que teria havido uma aliança entre fações criminosas do Rio de Janeiro e de São Paulo para promover os ataques na cidade, como represália às transferências dos chefes do tráfico para presídios de segurança máxima.
O governador reeleito do Rio, Sérgio Cabral, afirmou hoje que a população "deve manter a calma e seguir a sua rotina" mediante a série de ataques.
Cabral definiu a ação dos bandidos como "uma reação desesperada" à política de segurança pública implementada no Estado.
"O que os bandidos querem é o pânico. Não vamos ceder. Não podemos fraquejar nem perder a nossa rota. Vamos superar esse momento que o Rio de Janeiro enfrenta. Estamos a enfrentar uma reação desesperada dos marginais. Mas nós não vamos nos desesperar" , declarou Cabral.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Lusa