Em causa está uma queixa apresentada por um dos advogados envolvidos, Ignacio Peláez, representante de um dos arguidos no processo de corrupção conhecido como "caso Gurtel" e que envolve dirigentes do PP alegadamente envolvidos numa extensa rede de corrupção.
Peláez quer 10 anos de inabilitação para Garzon, entretanto afastado da Audiência Nacional, que enfrenta outros dois processos no Supremo Tribunal.
Também o suspeito escutado nessas conversas -- Francisco Correa, principal acusado no processo conhecido como Gurtel, que envolveu importantes individualidades do Partido Popular (PP) -- pede a inabilitação do juiz mas por um período de 17 anos.
A procuradoria, por seu lado, defende a absolvição de Garzón por considerar que o juiz não cometeu qualquer delito de prevaricação judicial.
O juiz alega ter deliberado fazer as escutas já que Correa e os seus advogados tinham, no passado, colaborado para o branqueamento de capitais e desvio de fundos de Espanha, um dos crimes de que o responsável da rede Gurtel era acusado.
Este é um de três processos pelo qual o juiz espanhol responde atualmente no Tribunal Supremo.
Os restantes relacionam-se com a sua investigação sobre os crimes do franquismo e com dinheiro que recebeu, alegadamente do Santander, durante um período que lecionou na Universidade de Nova Iorque.
Mais de uma centena de jornalistas de 15 países estão acreditados para acompanhar o mediático julgamento que arranca hoje, com defensores de Garzon a planearem protestos em que querem denunciar a "perseguição política" a que consideram que o juiz está a ser submetido.