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Juiz Baltasar Garzón responde hoje no Supremo sobre escutas ilegais

o juiz espanhol Baltasar Garzón começa hoje a ser julgado no Supremo Tribunal em Madrid, acusado de ordenar escutas ilegais, realizadas numa prisão, a conversas entre acusados num mega-processo de corrupção e os seus advogados.

© Jon Nazca / Reuters

Em causa está uma queixa apresentada por um dos advogados envolvidos,  Ignacio Peláez, representante de um dos arguidos no processo de corrupção  conhecido como "caso Gurtel" e que envolve dirigentes do PP alegadamente  envolvidos numa extensa rede de corrupção.  

Peláez quer 10 anos de inabilitação para Garzon, entretanto afastado  da Audiência Nacional, que enfrenta outros dois processos no Supremo Tribunal.

Também o suspeito escutado nessas conversas -- Francisco Correa, principal  acusado no processo conhecido como Gurtel, que envolveu importantes individualidades  do Partido Popular (PP) -- pede a inabilitação do juiz mas por um período  de 17 anos. 

A procuradoria, por seu lado, defende a absolvição de Garzón por considerar  que o juiz não cometeu qualquer delito de prevaricação judicial. 

O juiz alega ter deliberado fazer as escutas já que Correa e os seus  advogados tinham, no passado, colaborado para o branqueamento de capitais  e desvio de fundos de Espanha, um dos crimes de que o responsável da rede  Gurtel era acusado. 

Este é um de três processos pelo qual o juiz espanhol responde atualmente  no Tribunal Supremo. 

Os restantes relacionam-se com a sua investigação sobre os crimes do  franquismo e com dinheiro que recebeu, alegadamente do Santander, durante  um período que lecionou na Universidade de Nova Iorque. 

Mais de uma centena de jornalistas de 15 países estão acreditados para  acompanhar o mediático julgamento que arranca hoje, com defensores de Garzon  a planearem protestos em que querem denunciar a "perseguição política" a  que consideram que o juiz está a ser submetido.