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Mãe de Assange teme pena de morte ou torturas se filho for extraditado  para os EUA

Christine Assange, mãe do fundador do portal  WikiLeaks, Julian Assange, afirmou, este sábado, temer a pena de morte ou  possíveis torturas, caso o filho seja extraditado para os Estados Unidos.

© Andrew Winning / Reuters

 A australiana chegou, no sábado, a Quito, onde tem agendado para segunda-feira  um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo  Patio, para tratar do pedido de asilo efetuado pelo filho ao país sulamericano.

 

    Julian Assange "poderá enfrentar pena de morte ou muitíssimos anos na  prisão com torturas, como estão a fazer atualmente com Bradley Manning",  afirmou em declarações citadas pela edição eletrónica do jornal "El Ciudadano".

 

    Manning, um soldado norte-americano de 24 anos, é acusado de ter transmitido  ao Wikileaks, entre novembro de 2009 e maio de 2010, documentos militares  norte-americanos sobre as guerras no Iraque e Afeganistão.  

 

    O jovem está preso há mais de dois anos, arriscando uma pena de prisão  perpétua se for declarado culpado de ajudar o inimigo, a mais grave das  22 acusações que pendem contra si. 

 

    Segundo a mãe do fundador do portal WikiLeaks, Manning tem sido alvo  de torturas na prisão. "Se o fazem a um cidadão americano, terão mais escrúpulos  em fazê-lo a um estrangeiro?", questionou. 

 

    Christine Assange agradeceu ainda ao Equador por tratar bem do filho.  "Estou grata pelas instalações que o Equador ofereceu ao meu filho em Londres",  disse, sem adiantar detalhes sob o pedido de asilo de Julian Assange. 

 

    "Isso será uma decisão do governo do Equador. Certamente que o presidente

 1/8Rafael Correa 3/8 e os seus colaboradores tomarão a melhor decisão", aditou.

 

    O Equador está a ainda a avaliar o pedido de asilo formulado pelo fundador  do WikiLeaks, que permanece há mais de um mês na sua embaixada em Londres,  onde se refugiou para evitar a extradição para a Suécia. 

 

    Assange é alvo de um mandado de detenção europeu para responder a acusações  de duas mulheres na Suécia de violação e agressão sexual em 2010, as quais  sempre contestou alegando que as relações foram consentidas. 

 

    O fundador do WikiLeaks receia que se for extraditado para a Suécia  possa depois ser extraditado para os Estados Unidos para ser julgado por  espionagem pela publicação de 250 mil documentos diplomáticos norte-americanos  pelo seu portal. 

  Lusa