Tawakkul Karman, ativista que foi distinguida pelo seu papel no movimento de contestação popular ao regime do Iémen, falava na presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no Conselho da Europa, em Estrasburgo.
"Em nome da soberania e da não-ingerência nos assuntos internos dos países, as Nações Unidas estão paralisadas, de pés e mãos atados, face ao despotismo", disse Karman, 33 anos.
"O grande desafio da humanidade, hoje em dia, é fazer da Carta das Nações Unidas e da Declaração Universal dos Direitos Humanos textos obrigatórios para todos os países. Quando esses textos são violados, as Nações Unidas e a comunidade internacional devem ter capacidade para reagir", acrescentou.
Karman manifestou concretamente o seu "desespero face à paralisia internacional" em relação à Síria, onde "milhares de pessoas estão a morrer pela sua liberdade e pela sua dignidade".
Antes da intervenção da ativista iemenita, o secretário-geral da ONU tinha sublinhado que, "quando os governos não satisfazem as suas obrigações em termos do Direito internacional", a comunidade internacional deve pressioná-los para que o façam.
"Sempre pedi aos dirigentes que parem de ignorar os direitos humanos (...) É essa a minha mensagem para os dirigentes em todo o mundo, para o Presidente (Bashar) al-Assad da Síria e para outros, a de que devem ouvir os seus povos antes que seja tarde de mais", disse Ban Ki-moon.
A primeira edição do Fórum Mundial da Democracia abriu hoje os seus trabalhos em Estrasburgo. Mais de um milhar de responsáveis políticos, académicos e militantes da sociedade civil vão debater, até quinta-feira, "A democracia à prova: entre modelos antigos e novas realidades".