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Jovens do grupo punk Pussy Riot pedem desculpa aos crentes ortodoxos 

As jovens do grupo punk Pussy Riot, condenadas a dois anos de prisão por terem entoado uma canção anti-Putin num templo ortodoxo da capital russa, recusaram-se hoje a reconhecer a sua culpa, mas  pediram desculpa aos cristãos ortodoxos pela sua ação. 

As três integrantes da banda Pussy Riot foram condenadas a dois anos  de prisão. Apenas uma delas está em liberdade condicional deste outubro de 2012 (EPA/ Arquivo)
SERGEI CHIRIKOV

Esta declaração foi feita no Tribunal de Moscovo, onde foi apresentado  um recurso da sentença pelos advogados de defesa da jovem Ekaterina Samutzevitch,  uma das participantes do grupo. 

"Eu realmente tencionava realizar uma ação, mas não queria ofender os  crentes. Se ofendemos com as nossas ações os crentes, apresentamos as nossas  desculpas", disse em nome de três dos cinco membros do grupo que foram detidos.

"Porém, tratou-se de uma ação política, por isso não reconheço a acusação de hooliganismo", frisou. 

Samutzevitch pediu ao tribunal de recurso que anule a sentença de primeira  instância e encerre o caso por "ausência de crime". 

"Apelo a todos os crentes que nos ouçam: não queríamos insultar-vos,  nunca tivemos esse objetivo. Talvez a nossa forma de protesto tenha sido  inaceitável para a nossa sociedade, talvez (a sociedade) não esteja pronta  para aceitar uma ação punk no Templo de Cristo Redentor. Mas trata-se apenas  de um conflito de formas de ação, não queríamos ofender ninguém", afirmou Maria Alekhina, outro dos elementos do grupo. 

A sentença do Tribunal de Relação é esperada com grande expectativa  devido às diferentes opiniões dos dirigentes da Rússia.  

O primeiro-ministro Dmitri Medvedev considerou demasiadamente dura a  condenação das jovens a pena de prisão. Vladimir Putin, Presidente da Rússia,  apoiou a sentença e a Igreja Ortodoxa Russa lançou um apelo à justiça para  que perdoe as jovens se elas "pedirem publicamente perdão". 

A polícia fez várias detenções nos arredores do edifício do tribunal, onde apoiantes e adversários do Pussy Riot se concentraram para esperar a sentença.

Lusa