Mundo

Ex-Presidente cubano Fidel Castro afirma que nem se lembra do que é ter uma dor de cabeça

O ex-Presidente cubano Fidel Castro afirmou que nem sequer se lembra do que é ter uma dor de cabeça num artigo publicado hoje nos meios oficiais cubanos, criticando aqueles que espalharam rumores de que estaria a morrer.

CUBADEBATE/HO

O artigo é acompanhado por fotografias tiradas pelo filho fotógrafo  Alex Castro que mostram o ícone revolucionário, de 86 anos, ao ar livre  e de pé com uma bengala, incluindo uma em que o ex-Presidente está a ler  a edição de sexta-feira do jornal Granma do Partido Comunista cubano.  

"Eu nem sequer me lembro o que é sentir uma dor de cabeça", refere Fidel  Castro, afastado do poder desde 2006, adiantando que publica as fotografias  para mostrar "o quanto desonestos" foram aqueles que espalharam os rumores.

No artigo com o título "Fidel Castro está a agonizar", o ex-Presidente  cubano critica o "alvoroço" do "galinheiro da propaganda imperialista" e  as "mentiras", "insólitas estupidezes" que se disseram sobre si próprio.

Em relação às "Reflexões", os artigos que começou a escrever depois  de ficar doente há seis anos, Fidel Castro explica que deixou de os publicar  porque não quer "ocupar as páginas" da imprensa cubana "consagrada a outras  tarefas que o país requer".  

Castro aproveita para recordar a Crise dos Mísseis, da qual foi um dos  protagonistas juntamente com o presidente norte-americano John F. Kennedy  e o líder soviético Nikita Khrushchov, quando se cumpre em outubro meio  século do incidente que pôs o mundo à beira de uma guerra nuclear.  

Sustenta que a postura de Cuba naquela crise foi "eticamente inatacável"  e que aceitou ajuda soviética em armas, petróleo, alimentos e outros recursos  para defender o seu país de uma invasão norte-americana.  

"Nunca pediremos desculpas a ninguém pelo que fizemos. O certo é que  passaram meio século e ainda estamos aqui com a cara ao alto", sublinha.

O artigo de Fidel Castro e as novas fotografias aparecem depois de no  último fim de semana se ter divulgado a sua "reaparição" em público com  o ex-Presidente venezuelano, Elias Jaua, com quem esteve reunido cinco horas  no sábado, em Havana, e a quem acompanhou a um emblemático hotel da capital  cubana.  

Jaua, o candidato do partido de Hugo Chávez ao governo do estado venezuelano  de Miranda, mostrou no domingo outra fotografia recente de Fidel Castro.

A última aparição de 2012 de Fidel Castro foi no mês de março quando  se encontrou na Nunciatura de Havana com o papa Bento XVI, quando este visitou  a ilha.