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Greenpeace coloca bandeira no Polo Norte para pedir preservação da região

Ativistas da Greenpeace colocaram uma bandeira no Polo Norte juntamente com milhões de assinaturas exigindo que o Ártico seja declarado uma zona preservada de perfurações de petróleo, disse hoje um representante do grupo.

"O degelo é uma catástrofe e não uma oportunidade de lucro. Vê-lo como tal é uma loucura total", sublinhou o ator Ezra Miller (arquivo reuters)
Mikhail Metzel
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Os membros da expedição fizeram um buraco no gelo e aí colocaram a "Bandeira do Futuro", juntamente com uma cápsula de vidro onde estão 2,7 milhões de assinaturas contra a exploração do Ártico. 

A bandeira e a cápsula foram colocadas a quatro quilómetros de profundidade,  perto do local onde, em 2007, um minissubmarino russo causou controvérsia  por ter posto uma bandeira russa no fundo do oceano Ártico. 

A ação da Greenpeace contou com a presença do ator Ezra Miller, da representante do parlamento sami( na Suécia) Josefina Skerk, e Renny Bijoux das ilhas  Seicheles. "Estamos aqui para dizer que esta área especial do Ártico não pertence a nenhuma pessoa nem a nenhuma nação, é antes uma herança comum de todos  na Terra", afirmou Josefina Skerk referindo-se solidária com os povos indígenas do Ártico, "cujo modo de vida está a ser ameaçado pela ganância desenfreada  da indústria". 

Segundo a Greenpeace, o Ártico está em perigo devido às mudanças climáticas e às empresas de petróleo, à pesca industrial e ao transporte, até porque gigantes do petróleo como a Shell e a Gazprom estão a mudar-se para zonas anteriormente cobertas por gelo. 

O interesse das multinacionais no Ártico deve-se sobretudo à capacidade  de armazenamento daquela região. Segundo o instituto geológico dos Estados Unidos, o fundo do mar no Ártico pode albergar 90 mil milhões de barris de petróleo e manter ainda por descobrir 30% dos recursos mundiais de gás.

"O degelo é uma catástrofe e não uma oportunidade de lucro. Vê-lo como tal é uma loucura total", sublinhou o ator Ezra Miller. 

O Conselho do Ártico, um organismo composto pelas autoridades estatais que estão presentes no Ártico, realizou a sua primeira reunião durante a  expedição no Polo Norte. 

A Greenpeace disse que Josefin Skerk solicitou uma reunião com o grupo,  mas foi recusada. 

Com Lusa