Mundo

Damasco desmente envolvimento em atentados na Turquia 

O regime sírio negou hoje qualquer envolvimento no duplo atentado que matou 46 pessoas numa localidade turca junto à fronteira, refutando as acusações de Ancara. 

© Umit Bektas / Reuters

"A Síria não cometeu, nem nunca irá cometer tal ato, porque os nossos valores não o permitem", disse o ministro da Informação sírio, Omran al-Zohbi, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão pública. 

"Ficámos tristes com a morte de mártires" no sábado, na localidade de Reyhanli, no sul da Turquia, perto da fronteira com a Síria, acrescentou o ministro. 

"É (Recep Tayyib) Erdogan que deve ser questionado sobre este ato. (...) Ele e seu partido têm a responsabilidade direta", acrescentou Zohbi, acusando o primeiro-ministro turco de ser um "assassino". 

O governo da Turquia acusou o regime sírio de estar ligado aos autores do atentado na localidade fronteiriça de Reyhanli, que causou no sábado a morte a pelo menos 46 pessoas. 

"Já se apurou qual a organização responsável pelo atentado e as pessoas que lhe estão ligadas. Os atacantes estão vinculados ao regime sírio", afirmou, em conferência de imprensa, o ministro turco do Interior, Muammer Guler.

O vice-primeiro-ministro Besir Atalay, também presente na conferência de imprensa realizada na cidade de Antakya, uma vila próxima de Reyhanli, disse, por seu lado, que os autores do atentado não vieram do outro lado da fronteira, na Síria, mas que estavam na Turquia. 

Duas viaturas armadilhadas explodiram perto da Câmara Municipal e do posto de correios de Reyhanli, na província de Hatay, junto à fronteira com a Síria, cerca das 13:45 locais (10:45 em Lisboa), danificando gravemente estes edifícios. 

Pelo menos 46 pessoas morreram e outras 100 ficaram feridas, mais de duas dezenas em estado grave, devido às explosões causadas por dois carros armadilhados nesta pequena cidade do sul da Turquia, próxima da fronteira com a Síria. 

As explosões ocorreram um dia depois da divulgação de que nas fileiras da organização terrorista Al-Qaida estão cerca de 2.000 cidadãos turcos, que vivem no próprio país, segundo o jornal diário 'Cumhuriyet'. 

 

     

 

Lusa