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Obama reconhece que operação contra Bin Laden "não pode ser norma"

O Presidente norte-americano, Barak Obama, admitiu quinta-feira que a operação que levou à morte de Usama Bin Laden comportou imensos riscos, afetou as relações com o Paquistão e "não pode ser a norma" na luta antiterrorista.

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© Mian Kursheed / Reuters

Num discurso sobre a política de segurança seguida pelos Estados Unidos  e a posição do país na luta contra o terrorismo, Obama afirmou que prefere  a detenção e julgamento de acusados de terrorismo, ainda que, nalgumas circunstâncias,  essa possibilidade não seja uma opção, em locais remotos que servem de refúgio  à al-Qaida e afiliadas. 

"A nossa operação no Paquistão contra Usama Bin Laden não pode ser a  norma. Os riscos nesse caso foram imensos. A possibilidade de captura, ainda  que fosse a nossa preferência, era remota dada a incerteza da resistência",  disse Obama. 

O custo para a relação norte-americana com o Paquistão e a "reação violenta  do público paquistanês pela intrusão no seu território foram tão severos  que apenas agora se está a começar a reconstruir esta importante relação".

O Presidente dos Estados Unidos anunciou, também, a entrada em vigor  de um novo memorando sobre a utilização de aviões não tripulados e uma moratória  sobre a prisão de Guantánamo, num discurso consagrado à estratégia antiterrorista  do país.   

 Durante uma intervenção na Universidade de Defesa Nacional, em Washington,  Obama revelou ter assinado um novo memorando que determina as circunstâncias  em que devem ser efetuados ataques com aviões não tripulados ('drones')  no estrangeiro.  

Assim, as pessoas visadas por estes bombardeamentos devem representar  uma ameaça "iminente" contra os norte-americanos, e prevê-se que as ações  apenas sejam desencadeadas caso o suspeito em causa não possa ser facilmente  capturado.   

Numa referência à prisão militar de Guantánamo, em Cuba, onde desde  2002 permanecem dezenas de detidos suspeitos de terrorismo, muitos ainda  sem qualquer acusação formal, o Presidente norte-americano anunciou que  vai levantar uma moratória sobre a transferência para o Iémen de presos  que se encontram na base, apesar de prevenir que os seus dossiês serão examinados  "caso a caso".