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Votação mostra que povo iraniano quer uma "direção diferente", afirma Obama

O Presidente norte-americano, Barack Obama, defendeu que o resultado das eleições no Irão mostra que o povo queria afastar-se do confronto com o mundo, mas descartou levantar, neste momento, as sanções económicas impostas a Teerão.

© Kevin Lamarque / Reuters

"Penso que indica que o povo iraniano quer mover-se numa direção diferente",  afirmou Barack Obama, numa entrevista ao programa "The Charlie Rose Show",  da televisão PBS, transmitida esta segunda-feira. 

O vencedor das eleições presidenciais iranianas de sexta-feira foi o  religioso moderado Hassan Rohani, que obteve 50,68 % dos votos. 

"Claramente, há uma fome no seio do Irão para um envolvimento com a  comunidade internacional de uma forma mais positiva", avaliou Obama, durante  a entrevista, gravada antes de partir para a cimeira do G8 na Irlanda do  Norte. 

Contudo, os Estados Unidos vão ter de esperar para ver de que forma  é que a situação política evolui" ao longo das próximas semanas, dos próximos  meses e anos, frisou. 

Na entrevista, Barack Obama disse existir a possibilidade de a nova  liderança prosseguir as conversações diplomáticas com os Estados Unidos  de uma forma "séria", apontando que a sua administração continua aberta  ao diálogo. 

O lado norte-americano está pronto para aliviar as tensões, mas o Irão  tem de cumprir as suas obrigações internacionais e evidenciar que não está  a tentar construir armas nucleares, advogou, ao frisar que, com base nisso,  "há toda uma série de medidas que podem ser tomadas para tentar normalizar  a relação entre o Irão e o mundo". 

Porém, aditou, "não sabemos ainda se eles vão ter vontade de aceitar  essa oferta". 

Não houve condições previamente acordadas para as conversações, mas  Teerão tem de compreender que as sanções económicas mais severas vão continuar  em vigor enquanto não houver claros sinais d do Irão que mostrem que não  se encontra a desenvolver uma bomba atómica, frisou. 

As sanções mais severas "não serão levantadas na ausência de passos  importantes", rematou.