Em Brasília, cerca de 30 mil manifestantes ocuparam a praça dos Três Poderes, onde se localizam as sedes do poder legislativo, executivo e judiciário brasileiros. Ao tentarem aproximar-se dos edifícios, foram reprimidos por polícias militares.
Os agentes reagiram com gás de pimenta e bombas de efeito e os manifestantes com pedras. Alguns deles entraram no espelho d'água em frente ao Congresso Nacional e à sede do Ministério de Relações Exteriores.
No Rio de Janeiro, um grupo isolado de manifestantes ateou fogo num carro. Outras pessoas continuam a atirar pedras e tentam arrancar grades e tapumes de proteção na região próxima a uma casa de espetáculos conhecida como Terreirão do Samba. Antes, um grupo entrou em confronto com a polícia e há registo de pelo menos sete feridos, entre eles um repórter da GloboNews, segundo informações da própria emissora.
Em Belém, um grupo de cerca de 15 mil pessoas concentrou-se na sede do governo municipal, onde o prefeito Zenaldo Coutinho acabou por receber alguns manifestantes. Entretanto, houve tumultos quando o governante apareceu, e foram arremessadas pedras.
A guarda-civil recuou para dentro do prédio, e o prefeito retirou-se do local. A Polícia Militar foi acionada e agiu com bombas de efeito.
Em Campinas, no interior do estado de São Paulo, também houve confrontos com a polícia, quando manifestantes tentavam aproximar-se da sede do governo municipal. A Polícia Militar conseguiu impedir a invasão do local, com bombas de efeito.
Na capital do estado, a cidade de São Paulo, uma pessoa ficou ferida em confrontos entre manifestantes vinculados a partidos políticos e os que se dizem apartidários. Bandeiras foram queimadas.
À tarde, por volta das 17:30 horas (21:30 horas em Lisboa), houve confrontos em Salvador, na Baía, quando os participantes do protesto tentaram aproximar-se do estádio Arena Fonte Nova, onde haveria uma partida da Taça das Confederações.
As manifestações começaram no início de junho em São Paulo em protesto contra o aumento nos preços das passagens do transporte público. Aos poucos, os protestos tomaram proporção nacional e na quarta-feira à noite as autoridades do Rio de Janeiro e de São Paulo anunciaram a revogação do aumento das tarifas.
Os protestos continuam hoje pedindo melhorias também nos setores de saúde e educação e exigindo o fim da corrupção.
Lusa