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Hollande diz que abriu espaço aéreo quando soube que Morales estava no avião

O chefe de Estado francês, François Hollande, afirmou hoje, em Berlim, que deu autorização para o avião do Presidente boliviano sobrevoar a França logo que soube que Evo Morales estava a bordo.

© Francois Lenoir / Reuters

"Havia informações contraditórias sobre os passageiros a bordo. Quando  tomei conhecimento de que era o avião do Presidente da Bolívia, dei de imediato  autorização para o sobrevoo" do território francês, disse Hollande. 

O avião, suspeito de transportar o ex-consultor da CIA Edward Snowden,  foi obrigado a aterrar em Viena, o que causou um imbróglio diplomático.

O Chefe de Estado francês, que participou em Berlim numa cimeira sobre  desemprego jovem, falava numa altura em que o avião do Presidente já tinha  partido para a Bolívia, após uma escala técnica no aeroporto de Las Palmas,  nas Canárias. 

Inicialmente, estava previsto que o avião fizesse uma escala para reabastecimento  em Portugal, mas essa autorização foi revogada, o que foi criticado na terça-feira  à noite pelo chefe da diplomacia da Bolívia, David Choquehuanca. 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português confirmou hoje,  em comunicado, ter cancelado, por "considerações técnicas", o sobrevoo de  Portugal e aterragem em Lisboa do avião, na segunda-feira à tarde. 

O comunicado do Governo português acrescenta que a interdição de sobrevoo  do espaço aéreo português foi levantada às 21:10 do mesmo dia, mantendo-se  no entanto a interdição de aterragem "por considerações técnicas". 

Segundo a Bolívia, a recusa de vários países europeus deveu-se "a suspeitas  infundadas" de que a bordo estaria Edward Snowden, que os Estados Unidos  acusam de espionagem. 

Em represália, o Parlamento boliviano anunciou que vai pedir a expulsão  de diplomatas de Portugal, França e Itália. 

 

    

Lusa