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Julian Assange considera Bradley Manning um "herói" 

O fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange,  criticou hoje a decisão da justiça dos Estados Unidos de condenar o soldado  Bradley Manning por ter divulgado documentos confidenciais e considerou-o  "um herói". 

© JAMES LAWLER DUGGAN / Reuters

Em declarações difundidas a partir da embaixada do Equador em Londres,  onde Julian Assange está refugiado há um ano, o fundador do portal que difundiu  informações classificadas sobre a atuação dos Estados Unidos no Iraque e  no Afeganistão qualificou a condenação de Bradley Manning como um "precedente  perigoso" e revelador do "extremismo da Administração Obama". 

Garantindo que o WikiLeaks não descansará até que Bradley Manning "seja  libertado", o jornalista australiano disse esperar que o soldado recorra  da sentença e afirmou que a única vítima do caso foi o "orgulho ferido"  dos Estados Unidos. 

"Este nunca foi um julgamento justo", declarou a vários órgãos de comunicação  social, congratulando-se, apesar de tudo, com o abandono da acusação de  "conluio com o inimigo", que poderia resultar na condenação à morte de Bradley  Manning. 

Acusado de partilhar vários milhares de documentos confidenciais com  o portal WikiLeaks, o soldado de 25 anos foi hoje considerado culpado, pela  justiça militar dos Estados Unidos, de violar a Lei de Espionagem, criada  em 1917 para julgar espiões e traidores. 

A sentença será conhecida nos próximos dias, mas Bradley Manning incorre  numa pena de 136 anos de prisão. 

Julian Assange está refugiado na embaixada do Equador na capital britânica  para evitar a extradição para a Suécia, que o acusa de crimes de agressão  sexual, dizendo temer uma posterior extradição para os Estados Unidos, país  sobre o qual divulgou milhares de informações confidenciais. 

O Equador concedeu asilo político a Assange, mas este não pode abandonar  a embaixada, sob risco de ser imediatamente detido pelas autoridades britânicas,  pois o seu pedido de salvo conduto para viajar de Londres até Quito foi  recusado. 

 

     

Lusa