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Norueguês Anders Breivik autorizado a estudar ciência política na cadeia

O militante de extrema-direita Anders Behring Breivik foi autorizado a estudar Ciência Política na cadeia, onde cumpre 21 anos de pena pelos atentados de julho de 2011 que mataram 77 pessoas na Noruega.

Anders Breivik (Reuters/Arquivo)
© Stoyan Nenov / Reuters

A direção da cadeia de Skien, a sul de Oslo, para onde Breivik foi transferido há um mês, confirmou hoje que o extremista norueguês poderá fazer ali os seus estudos, devendo para o efeito ser disponibilizada uma cela especial para estudar.  

"Não há qualquer problema, será o mesmo que com os outros presos. A única diferença é que deverá estudar na sua cela, sozinho", disse hoje à televisão pública NRK o diretor da prisão, Karl Gustav Knutsen.  

Breivik poderá fazer os exames na cadeia, mas deverá usar livros emprestados, já que as autoridades recusaram conceder-lhe ajuda para os comprar e o Estado confiscou todas as suas propriedades e bens após a sua condenação. 

A Universidade de Oslo tinha recusado inicialmente a candidatura alegando qualificações académicas insuficientes, mas Breivik fez um exame para conseguir os pontos necessários para o acesso ao estabelecimento de ensino. 

Quando foi tornada pública, há alguns meses, a vontade de Breivik estudar na universidade gerou polémica, com professores e políticos a debaterem se lhe deveria ser concedido tratamento igual aos restantes presos. 

Breivik foi transferido várias vezes nos últimos meses da cadeia de Ila, onde ficou detido inicialmente, para a de Skien. O militante de extrema-direita queixava-se do tratamento em Ila e pediu a transferência permanente para Skien, mas as autoridades ainda não tomaram uma decisão definitiva.

Um tribunal de Oslo condenou Breivik em agosto de 2012 a 21 anos de prisão prorrogáveis indefinidamente, a pena máxima na Noruega e que pode equivaler a prisão perpétua, pela morte de 77 pessoas. 

O fundamentalista fez rebentar um carro bomba junto ao complexo governamental de Oslo a 22 de julho de 2011, causando a morte a oito pessoas e depois dirigiu-se para a ilha de Utoya, a oeste da capital, onde decorria o acampamento da Juventude Trabalhista, e matou outras 69 pessoas. 

Lusa