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Bruxelas quer apertar luta contra substâncias psicoativas

A Comissão Europeia quer acelerar para dez meses a retirada do mercado das substâncias psicoativas, chamadas "euforizantes legais", que são usadas como alternativa a drogas ilícitas, como cocaína e ecstasy, foi hoje proposto em Bruxelas.

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© Eric Gaillard / Reuters

A proposta de Bruxelas reduz em mais de metade o atual prazo de dois  anos para obter a interdição de uma substância na União Europeia, mantendo-se  as suas utilizações industriais e comerciais legítimas. 

"Nos casos particularmente graves, o procedimento será ainda mais curto;  com efeito, será possível retirar imediatamente uma substância do mercado,  por um período de um ano", segundo um comunicado da Comissão Europeia. 

Com esta medida temporária, Bruxelas quer impedir o acesso dos consumidores  à substância, enquanto esta é devidamente avaliada.  

A proposta apresentada prevê ainda um sistema mais proporcionado, permitindo  diferentes abordagens consoante o risco que os "euforizantes legais" apresentam:  as substâncias que apresentam um risco moderado serão objeto de uma medida  de restrição de acesso ao mercado de consumo, enquanto as substâncias que  apresentam um risco elevado serão sujeitas a uma medida de restrição total.

Apenas as substâncias mais nocivas, que apresentem riscos graves para  os consumidores, serão sujeitas a disposições de direito penal, tal como  sucede relativamente às drogas ilícitas. 

As propostas apresentadas -- e que terão de ser aprovadas pelo Parlamento  Europeu e pelos Estados-membros a nível do Conselho da União Europeia -  dão seguimento aos avisos do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência  (OEDT) e da Europol sobre a dimensão deste problema, bem como a um relatório  de 2011 que concluiu que o atual mecanismo da União destinado a combater  as novas substâncias psicoativas necessitava de ser reforçado. 

"Estamos a propor legislação da União bastante severa sobre as novas  substâncias psicoativas, de modo a que a UE possa dar resposta de forma  mais rápida e eficaz, incluindo retirar imediatamente as substâncias nocivas  do mercado numa base temporária", disse a comissária europeia para a Justiça,  Viviane Redin