"Estou muito entusiasmado por o Prémio Nobel deste ano ir para a física de partículas", disse Rolf Heuer, o diretor-geral do centro que, no ano passado, anunciou ter observado no seu acelerador de partículas uma partícula subatómica que se admite ser o bosão de Higgs.
"A descoberta do Bosão de Higgs no CERN no ano passado, que valida o mecanismo Brout-Englert-Higgs, marca o culminar de décadas de esforço intelectual realizado por muitas pessoas em todo o mundo", acrescentou o responsável, citado num comunicado do CERN.
O mecanismo Brout-Englert-Higgs (BEH) foi proposto pela primeira vez em1964 em dois artigos publicados independentemente, o primeiro pelos físicos belgas Robert Brout e François Englert, e o segundo pelo britânico Peter Higgs.
Segundo explica o comunicado do CERN, o mecanismo é conhecido por conferir massa às partículas fundamentais.
Um terceiro artigo, publicado pelos norte-americanos Gerald Guralnik e Carl Hagen, juntamente com o britânico Tom Kibble contribuiu também para o desenvolvimento da ideia que forma uma parte essencial do Modelo Padrão da física de partículas.
O Modelo Padrão descreve as partículas fundamentais de que toda a matéria visível do universo é feita, assim como todas as interações que governam o seu comportamento.
"É uma teoria notavelmente bem-sucedida que já foi minuciosamente testada em experiências realizadas ao longo de muitos anos. Até ao ano passado, o mecanismo BEH era a única peça do modelo que faltava verificar experimentalmente. Agora que isso foi feito, as experiências no CERN esperam ansiosamente pela física para além do Modelo Padrão", pode ler-se no comunicado da instituição.
O Bosão de Higgs foi observado por equipas que envolvem mais de 3000 pessoas de todo o mundo, que construíram instrumentos sofisticados -- detetores de partículas -- para estudar a colisão de protões no Grande Colisor de Hádrons (LHC) do CERN, ele próprio um instrumento altamente complexo, explica o mesmo texto.
O Prémio Nobel da Física foi hoje atribuído ao belga François Englert e ao britânico Peter Higgs pelo seu trabalho sobre o Bosão de Higgs, uma partícula considerada elementar, anunciou o júri.
Os dois homens, de 80 e 84 anos, foram distinguidos pelos seus trabalhos "sobre a descoberta teórica de um mecanismo que contribui para a compreensão da origem da massa das partículas subatómicas, que foi recentemente confirmada", disse o comité Nobel em comunicado.
Lusa