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Refugiados sírios utilizam Mediterrâneo para chegar à Europa

O naufrágio ao largo de Malta na sexta-feira que provocou a morte a mais de trinta emigrantes revela uma outra faceta do problema humanitário da Síria, escreve a agência France Press.

© STRINGER Italy / Reuters

Desde o início da sublevação síria em março de 2011 cerca de sete milhões  de pessoas, um terço da população do país, são deslocados internos e dois  milhões passaram as fronteiras, de acordo com dados das Nações Unidas. 

Muitos dos refugiados estão em locais onde são ainda vulneráveis à violência  como o Líbano e o Iraque. 

O Líbano, com uma população de mais de quatro milhões de pessoas, aceitou  o maior número de refugiados da Síria: 760 mil de acordo com o Alto Comissariado  das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mas Beirute admite que possam  estar no país um milhão e 300 mil sírios porque há muitos refugiados que  não se encontram registados oficialmente. 

 Perto de 540 mil refugiados fugiram para a Jordânia, onde não existem  condições básicas, registando-se falta de água e fornecimento de energia  elétrica. 

Mais de meio milhão de sírios encontrou refúgio na Turquia e 190 mil  fugiram em direção ao Iraque apesar do aumento da violência junta da fronteira.

Mais de 47 mil sírios tentam asilo na Europa, após um apelo da União  Europeia aos Estados membros, mas que ainda não se materializou totalmente.

Desde o início do ano, deram entrada 13 mil pedidos formais de asilo,  incluindo 4.700 na Suécia, 4.500 na Alemanha e 700 em França, de acordo  com dados oficiais da União Europeia. 

Em setembro, a Suécia tornou-se o país europeu a garantir o maior número  de autorizações de residência a todos os sírios que consigam chegar ao país,  exceto suspeitos de crimes de guerra. 

De acordo com os serviços de emigração de Estocolmo, cerca de 11 mil  sírios conseguiu asilo na Suécia desde 2012 prevendo-se um aumento do número  de refugiados no país. 

A Alemanha anunciou este ano que estava disposta a receber mais cinco  mil refugiados sírios, aumentando para 18 mil o número total de cidadãos  da Síria no país desde o início do conflito. 

Tem-se verificado um aumento do número de sírios que viajam em direção  à Europa utilizando as rotas mediterrânicas em direção à ilha italiana de  Lampedusa situada perto do local onde naufragou mais uma embarcação na sexta-feira.

O ACNUR disse que entre os sobreviventes das embarcações que naufragaram  este mês no Canal da Sicília estavam entre 300 a 400 emigrantes, maioritariamente  sírios e palestinianos que utilizaram a cidade de Zwara no Líbano como porto  de embarque. 

Na sexta-feira, as operações de resgate conseguiram salvar 200 pessoas  do naufrágio, mas as autoridades de Malta disseram que mais de trinta pessoas  perderam a vida. 

Desde janeiro, cerca de 04 mil e 600 sírios chegaram a Itália em pesqueiros  e embarcações de pequeno porte, três mil dos quais no mês de agosto.