"As acusações de homicídio e de fraude foram feitas esta semana contra Shakeel Afridi, depois de uma mulher o ter acusado de ter matado o seu filho", disse à France Presse um alto responsável governamental em Peshawar.
O advogado de Afridi confirmou a acusação, feita por uma mulher cujo filho morreu na sequência de uma intervenção cirúrgica.
A queixosa alega que o médico operou três vezes o seu filho devido a uma apendicite, tendo a morte ocorrido após a terceira operação.
O médico é também acusado de fraude, dado que a acusação sustenta que não é cirurgião e, por isso, não podia operar.
Shakeel Afridi foi recrutado pela CIA para uma falsa campanha de vacinação no complexo residencial de Abbottabad, onde se encontrava escondido Bin Laden, numa tentativa de recolher ADN que permitisse identificar o líder da Al-Qaeda, mas acabou por não ter acesso à família.
Uma força de elite norte-americana atacou o complexo em maio de 2001 e o líder da rede terrorista foi morto durante o assalto.
Após o ataque, o médico foi detido e acusado de traição por alegadas ligações a um grupo islamita e foi condenado pela justiça tribal a 33 anos de prisão, uma sentença denunciada nos Estados Unidos como uma represália pelo seu papel no caso Bin Laden.
A sentença foi anulada em agosto e o médico terá de ser julgado de novo.
O ataque dos Estados Unidos foi visto pelo Paquistão como uma violação da sua soberania e perturbou as relações entre os dois países.
Lusa