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Médico que ajudou a encontrar Bin Laden acusado de homicídio e fraude

O médico que ajudou a CIA a encontrar Osama bin Laden em 2011 no Paquistão foi acusado de homicídio e de fraude. Uma mulher acusa Shakeel Afridi de ter matado o seu filho, numa intervenção cirúrgica.

(Reuters/Arquivo)
© Mian Kursheed / Reuters

"As acusações de homicídio e de fraude foram feitas esta semana contra  Shakeel Afridi, depois de uma mulher o ter acusado de ter matado o seu filho",  disse à France Presse um alto responsável governamental em Peshawar. 

O advogado de Afridi confirmou a acusação, feita por uma mulher cujo  filho morreu na sequência de uma intervenção cirúrgica. 

A queixosa alega que o médico operou três vezes o seu filho devido a  uma apendicite, tendo a morte ocorrido após a terceira operação. 

O médico é também acusado de fraude, dado que a acusação sustenta que  não é cirurgião e, por isso, não podia operar. 

Shakeel Afridi foi recrutado pela CIA para uma falsa campanha de vacinação  no complexo residencial de Abbottabad, onde se encontrava escondido Bin  Laden, numa tentativa de recolher ADN que permitisse identificar o líder  da Al-Qaeda, mas acabou por não ter acesso à família. 

Uma força de elite norte-americana atacou o complexo em maio de 2001  e o líder da rede terrorista foi morto durante o assalto. 

Após o ataque, o médico foi detido e acusado de traição por alegadas  ligações a um grupo islamita e foi condenado pela justiça tribal a 33 anos  de prisão, uma sentença denunciada nos Estados Unidos como uma represália  pelo seu papel no caso Bin Laden. 

A sentença foi anulada em agosto e o médico terá de ser julgado de novo.

O ataque dos Estados Unidos foi visto pelo Paquistão como uma violação  da sua soberania e perturbou as relações entre os dois países. 

Lusa