"Iniciei uma greve de fome por tempo indeterminado para pedir a (presidente ucraniano Viktor) Ianoukovitch para assinar o acordo de associação com a União Europeia (UE)", escreveu Timochenko, numa carta lida pelo seu advogado, Serguei Vlassenko, diante dos manifestantes pró-europeus concentrados no centro de Kiev.
Se "Ianoukovitch não assinar o acordo com a UE" durante a cimeira da Parceria Oriental da UE em Vilnius (Lituânia), prevista para quinta e sexta-feira, "iremos riscá-lo do mapa da Ucrânia através de um caminho pacífico e constitucional", sublinhou a líder da oposição, que está a cumprir uma pena de sete anos de prisão por abuso de poder. "Dói-me não poder estar convosco fisicamente (...) mas cada parte de mim está convosco e acredita na nossa vitória", acrescentou Timochenko.
Na semana passada, o governo da Ucrânia decidiu inesperadamente renunciar à assinatura de um acordo de associação e de um acordo de comércio livre com a UE. A oposição acusou o governo de ter cedido à pressão da Rússia, que tinha claramente advertido Kiev das consequências comerciais de um acordo com a UE. Perto de um milhar de manifestantes concentrou-se hoje em frente à sede do governo em Kiev para protestar contra a decisão das autoridades ucranianas.
A polícia ucraniana acabou por dispersar os manifestantes pró-europeus com granadas de gás lacrimogéneo. No domingo já se tinha registado confrontos entre a polícia e manifestantes no centro de Kiev.
Lusa