O anúncio foi feito pelo cardeal norte-americano e arcebispo de Boston, Sean O'Malley, um dos oito cardeais que integra o conselho consultivo do papa.
A composição desta nova comissão "vai ser anunciada num futuro próximo, em documento apropriado", explicou.
Esta proposta, "na linha das decisões" do papa emérito Bento XVI, foi apresentada na quarta-feira pelo "G8" dos cardeais e aceite hoje pelo papa Francisco, acrescentou O'Malley.
"Esta comissão deverá analisar os programas atuais de proteção de menores, formular sugestões em colaboração com os bispos e conferências episcopais", disse, referindo-se a códigos de conduta profissional para o clero, e linhas orientadoras para responsáveis da Igreja Católica em cada país sobre como lidar com infrações e a apreciação de futuros padres.
O Vaticano afirmou estar a investigar milhares de alegados casos de abusos sexuais, mas desconhece-se quantos foram confirmados e que tipo de ação foi tomada contra padres considerados culpados.
Abusos sexuais de menores e o encobrimento desses crimes foram divulgados há uma década nos Estados Unidos, originando várias outras denúncias, sobretudo em países ocidentais.
Na quarta-feira, o Vaticano disse que não ia responder às questões sobre os abusos, colocadas pela comissão da ONU sobre direitos da criança, e explicou não ser responsável pelas ações de religiosos, sujeitos às leis de cada país.
Os escândalos - alguns de há várias décadas - mancharam a reputação da Igreja católica em todo o mundo e levaram a uma quebra da confiança pública em países como a Irlanda e os Estados Unidos.
Lusa