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Empresários da Venezuela impedidos de despedir funcionários até ao final de 2014 

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro assinou,  na noite de sexta-feira, um decreto, que entra em vigor a 01 de janeiro,  e impede empresários e o próprio governo de despedirem os seus funcionários  até ao final de 2014. 

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© Carlos Garcia Rawlins / Reuters

"Vou aprovar o o decreto onde se estabelece a inamovibilidade laboral  a favor dos trabalhadores do setor privado e público, regido pela Lei Orgânica  do Trabalho, a partir de 01 de janeiro de 2014 até 31 de dezembro do mesmo  ano", disse. 

A assinatura do decreto teve lugar durante uma alocução ao país, do  chefe de Estado venezuelano, transmitida a partir do palácio presidencial  de Miraflores, durante a qual Nicolás Maduro se fez acompanhar pelo vice-presidente  para a área económica Rafael Ramírez e pelo ministro de Indústrias, Ricardo  Menéndez. "Com este decreto faço um apelo (...) a todos os que trabalham para  que se organizem para trabalhar melhor e produzir mais", afirmou, realçando  que este decreto cumpre "a tradição justa e histórica do 'comandante' Hugo  Chávez de proteger todos os anos os trabalhadores e trabalhadoras". 

Nicolás Maduro apontou ainda que o decreto não pode ser interpretado  "por nenhum setor sindical do país", como uma forma de promoção "da preguiça,  desacato ao trabalho ou indisciplina laboral". "Estamos a proteger os que trabalham contra os abusos dos que abusam",  frisou. 

A inamovibilidade laboral foi promulgada pela primeira vez em 2002,  pelo falecido Presidente venezuelano Hugo Chávez e desde então foi prorrogada  18 vezes, a última das quais em dezembro de 2012 e com um ano de validade.

O diploma estabelece que os trabalhadores "não podem ser despedidos,  despromovidos ou transferidos sem justa causa, determinada previamente pelo  inspetor do trabalho da jurisdição" onde funciona a empresa, independentemente  do salário que aufiram. Da medida estão excluídas as pessoas que desempenham funções em "cargos  de direção, ou nos chamados (cargos) de confiança, trabalhadores temporários,  ocasionais ou eventuais". 

Segundo a imprensa, os venezuelanos queixam-se de que a medida só é  respeitada pelas empresas privadas. 

Lusa