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Cerca de 200 mil manifestantes concentrados em praça de Kiev

Cerca de 200 mil manifestantes pró-europeus estão concentrados hoje em Kiev para reclamar a demissão do presidente Ianukovitch depois de este ter rejeitado um acordo comercial com a União Europeia, optando por uma maior aproximação à Rússia.

© Vasily Fedosenko / Reuters

Empunhando bandeiras da Ucrânia e da União Europeia, os opositores ao  atual Governo enchem a Praça da Independência, onde foram instaladas várias  tendas. 

"Estamos aqui por um futuro europeu da Ucrânia para os nossos filhos  e netos. Queremos que a justiça reine em todo o mundo e que o poder pare  de roubar", disse um dos manifestantes, Viktor Melnitchuk, 52 anos, citado  pela agência France Presse. 

"Não me interesso pela polícia, mas há tantas coisas que me indignam.  A última gota foi a agressão aos estudantes", disse outra manifestante,  Marianna Vakhniuk, 26 anos, numa referência à dispersão violenta a 30 de  novembro de uma manifestação no mesmo local, que causou numerosos feridos,  principalmente estudantes. 

A oposição, que reclama eleições antecipadas, espera mobilizar hoje  um milhão de manifestantes. 

Nos últimos dias, milhares de manifestantes têm desafiado as ordens  das autoridades, cercando edifícios governamentais em protesto contra a  suspensão das negociações para a assinatura de um pacto comercial e político  com a União Europeia. 

No sábado, a oposição ucraniana acusou o presidente Viktor Ianukovitch  de planear a assinatura em breve de um acordo de adesão da Ucrânia à União  Aduaneira das Antigas Repúblicas Soviéticas, liderado por Moscovo, e ignorar  os protestos de milhares de manifestantes. 

"De acordo com as nossas informações, o projeto de acordo sobre a parceria  estratégica  1/8com a Rússia 3/8 está pronto, mas Ianukovych não se atreveu a  assiná-lo", disse à France Presse um dos líderes do partido da oposição,  Arseniy Yatsenyuk, durante uma conferência de imprensa em Kiev. 

Para 17 de dezembro está prevista uma reunião da comissão interestadual  russo-ucraniana em Moscovo, acrescentou o líder da oposição