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Polícia antimotim ucraniana remove barricadas do centro de Kiev

A polícia antimotim ucraniana, apoiada por tropas do Ministério do Interior, removeu esta madrugada as barricadas instaladas no centro de Kiev, numa operação que segundo os opositores causou pelo menos uma dezena de feridos, nenhum deles com gravidade.

© Stringer . / Reuters

"Não posso precisar o número exato (de feridos), mas são pelo menos  dez", disse o líder da formação nacionalista opositora Sovoboda (Liberdade),  Oleg Tiagnibok, na Praça da Independência, que continuava ocupada pelos  manifestantes. 

A oposição ucraniana, que tem concentrado centenas de milhares de pessoas  em Kiev e outras cidades do país, exige a demissão do Presidente Viktor  Ianukovich, acusado de ter renunciado no final de novembro à assinatura  de um acordo de associação com a UE em benefício de uma aproximação com  a Rússia.  

Os incidentes tiveram lugar no cruzamento das ruas Liuteránskaya e Bánkovskaya,  onde os opositores bloqueavam um dos acessos aos edifícios da administração  presidencial, noticiou a Efe.  

O Ministério do Interior comunicou que as ações policiais para remover  as barricadas das ruas foram empreendidas em consequência de uma decisão  judicial, entretanto comunicada aos manifestantes. 

O chefe de um departamento de segurança, Oleg Matveitsov, declarou que  os participantes nos protestos se retiraram de várias ruas que mantinham  bloqueadas, segundo o diário digital Korrespondent.net. 

O Presidente da Ucrânia, Víktor Yanukóvich, tinha previsto reunir-se  hoje com os seus três antecessores no cargo -- Leonid Kravchuk, Leonid Kuchma  e Víktor Yúschenko -- para abordar a situação no país. 

Segundo a presidência, o chefe de Estado apoia a celebração de uma mesa  redonda entre o Governo e a oposição para encontrar uma "solução de compromisso"  após 20 dias de protestos antigovernamentais. 

A proposta foi apresentada por Kravchuk, primeiro chefe de Estado de  quem também partiu a iniciativa de celebrar uma reunião entre os quatro  presidentes. 

Recentemente, os três ex-presidentes ucranianos subscreveram uma carta  aberta em apoio aos protestos populares, despoletados pela renúncia de Kiev  em firmar um Acordo de Associação com a União Europeia. 

Hoje é esperada a chegada a Kiev da chefe da diplomacia europeia, Catherine  Asthon, que se reunirá com Yanukóvich e os dirigentes opositores para buscar  uma solução para a crise. 

A União Europeia advertiu as autoridades ucranianas contra o uso da  força contra os manifestantes pacíficos.