Os manifestantes empunharam fotografias da jovem mulher desfigurada, tiradas após a agressão, enquanto gritavam "Zajarchenko (Vitali Zajarchenko, ministro do Interior), demissão!". Num dos cartazes lia-se: "Abaixo o carrasco".
Alguns seguravam retratos do Presidente, Viktor Ianukovich, virados de cabeça para baixo, com a inscrição "golpe de Estado", noticiou o jornal digital Ukranska Pravda.
Tatiana Chornovil, jornalista do jornal online e autora de artigos muito críticos do Presidente ucraniano, e também uma das mais destacadas figuras da contestação pró-europeia, foi brutalmente espancada na noite de terça para quarta-feira por dois desconhecidos.
Além do nariz partido, a jornalista sofreu uma concussão e múltiplos traumatismos.
Chornovil foi agredida nos subúrbios de Kiev quando regressava de um trabalho durante o qual fotografou uma casa de campo do ministro do Interior, acusado pela oposição de ser responsável pela repressão contra uma manifestação de estudantes de 30 de novembro.
As fotos foram publicadas pelo jornal digital num artigo intitulado: "Aqui vive o carrasco".
A agressão causou clamor na Ucrânia, com a oposição a pedir uma nova manifestação no domingo, no centro de Kiev, para apoiar a jovem, após as manifestações de massa nos últimos quatro domingos.
Uma coluna automóvel deve ir, também no domingo, a Mejiguiria, a residência altamente protegida do Presidente, nos subúrbios da capital, que tem sido investigada pela jornalista.
Chornovil conquistou uma grande fama na Ucrânia pelas suas investigações sobre a corrupção entre os altos cargos da administração do Presidente, Viktor Ianukovich.
Kiev tem sido palco, há mais de um mês, de uma forte contestação contra o regime, após Ianukovich ter privilegiado acordos com a Rússia, em detrimento de uma aproximação à União Europeia.
O chefe de Estado ucraniano advertiu esta quinta-feira a oposição contra qualquer "revolta".
"Alguns líderes da oposição tentam especular sobre o descontentamento do povo. Nós não iremos deixá-los fazer isso", afirmou, garantindo que o objetivo é "evitar a revolta".
Lusa