"Recebemos informações no fim de semana de que pelo menos cinco refugiados palestinianos do campo cercado de Yarmuk, em Damasco, morreram devido a subnutrição, elevando o número total de casos para 15", disse o porta-voz da agência, Chris Guness, à agência France Presse.
O responsável alertou para a deterioração das condições no campo, que acolhe cerca de 20 000 palestinianos, referindo o racionamento de alimentos e medicamentos.
"Desde setembro de 2013 que não conseguimos entrar na zona para entregar abastecimentos desesperadamente necessários", disse.
"A presença continuada de grupos armados que entraram na zona no final de 2012 e o cerco das forças governamentais frustraram todos os esforços humanitários", acrescentou.
A maior parte do campo de Yarmuk, no sul de Damasco, está sob controlo da oposição armada, o que motivou o cerco das forças governamentais, há cerca de um ano.
O bloqueio teve como consequência uma crise humanitária, que levou ao longo dos meses ao êxodo da maioria dos cerca de 170 000 que residiam inicialmente no campo.
Na sexta-feira, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não-governamental que recolhe informação junto de militantes da oposição e de fontes médicas no terreno, informou que cinco pessoas do campo de Yarmuk tinha morrido de subnutrição, entre as quais um idoso e um deficiente.
O diretor da agência da ONU para os Refugiados Palestinianos, Filippo Grandi, referiu-se à situação no início de dezembro, advertindo que as condições em Yarmuk se "deterioraram progressivamente".
"Se esta situação não for tratada com urgência, pode ser demasiado tarde para salvar a vida de milhares de pessoas, incluindo crianças", disse.
O porta-voz disse hoje que a agência apela "a todas as partes para, imediatamente, cumprirem as suas obrigações legais e facilitarem o fornecimento urgente de ajuda humanitária a Yarmuk e outros campos de refugiados palestinianos".
A Síria acolhe oficialmente cerca de 500 000 refugiados palestinianos, cerca de metade dos quais foram obrigados a deslocar-se pelo conflito armado que estalou em março de 2011 no país.
Em quase três anos de conflito, mais de 126 000 foram mortas na Síria.
Lusa