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Governo turco despediu 350 polícias em Ancara por decreto

O Governo turco despediu esta noite 350 polícias em Ancara, incluindo chefes dos principais departamentos, no âmbito de um vasto escândalo que envolve aliados políticos do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, noticiou hoje a imprensa local.  

Primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan (Reuters/ Arquivo)
© Umit Bektas / Reuters

Os polícias foram demitidos por um decreto do Governo publicado à meia-noite,  o qual incluía nomes dos chefes das unidades dos crimes financeiros, anti-contrabando,  crime informático e crime organizado, informou a agência privada Dogan News.

O decreto também nomeou substitutos para 250 dos agentes despedidos,  de acordo com a agência. 

A medida surge numa altura em que o Executivo turco está a tentar conter  o escândalo de corrupção de alto nível que representa a maior ameaça ao  Governo de 11 anos de Erdogan. 

Estima-se que a investigação esteja ligada às tensões entre Governo  e seguidores de Fethullah Gulen, um dos mais influentes clérigos muçulmanos  da Turquia que vive no exílio nos Estados Unidos.  

Apoiantes de Gulen ocupam cargos-chave em vários ramos do Governo, incluindo  a polícia e justiça. 

Erdogan denunciou a investigação como uma conspiração estrangeira - despoletada para derrubar o seu Governo - e respondeu com a demissão de  dezenas de chefes de polícia em todo o país. 

Desde meados de dezembro, a investigação já levou a uma vasta remodelação  governamental, com o afastamento de mais de metade dos principais ministros  de Erdogan e nomeação de 10 novos governantes, e ao pedido de demissão de  pelo menos cinco parlamentares do  AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento),  no poder desde 2002.  

O AKP, partido do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, tem maioria  no parlamento turco, garantindo 320 dos 550 assentos. 

Lusa