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Tribunal francês condena jovem por usar véu islâmico

Um tribunal de França condenou hoje uma jovem  por ter usado o véu islâmico em público e recusou uma ação posta pela acusada para declarar essa proibição inconstitucional.  

2011 - Entra em vigor em França a lei do "véu islâmico". O uso do véu islâmico passa a ser punido com multas até 150 euros e eventuais detenções
© Jean-Paul Pelissier / Reuters

Cassandra Belin, uma jovem francesa de 20 anos convertida ao islamismo,  foi condenada ao pagamento de 150 euros de multa por "uso de vestuário dissimulador da face" no espaço público e a um mês de prisão, com pena suspensa, por  ter insultado e ameaçado três agentes da polícia que lhe exigiram que removesse o véu para identificação, em Trappes, perto de Paris, em julho.  

A acusação tinha pedido a condenação a multa de 500 euros pelos insultos  e de 150 euros pelo uso da burqa.  

O tribunal recusou por outro lado um recurso apresentado pelos advogados  de Belin sob a forma de "questão prioritária de constitucionalidade", o  qual contestava a lei que proíbe o uso do véu integral em público como atentatória  da liberdade religiosa e discriminatória para os muçulmanos.   

O Ministério Público tinha pedido a rejeição desse recurso, alegando  que a lei, de 11 de outubro de 2010, foi declarada constitucional pelo Conselho  Constitucional francês.  

O advogado da jovem, Philippe Bataille, disse à imprensa que vai avaliar  se recorre da decisão e prometeu continuar a batalha contra a proibição.  "Não vou desistir", disse.  

Thibault de Montbrial, advogado dos polícias, saudou a decisão do tribunal,  afirmando que "não podem ser toleradas exceções à lei nacional".  

A proibição do uso do véu islâmico em França foi levada ao Tribunal  Europeu dos Direitos Humanos, que deverá pronunciar-se este ano, por uma  muçulmana que a considera como contrária à liberdade de religião, à liberdade  de expressão e à liberdade de reunião, além de discriminatória.  

As autoridades francesas defendem que a lei é necessária por razões  de segurança e para a defesa das tradições seculares da república.  

Os que criticam a lei argumentam que a segurança é uma falsa questão,  caso contrário os capacetes dos motociclistas também deviam ser proibidos.

Em teoria, a lei proíbe qualquer artigo que tape a cara, mas as únicas  detenções feitas até agora foram de mulheres que usavam o véu islâmico.

 

Lusa