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Ban Ki-moon apela a "ação imediata e concertada" na República Centro-Africana

O secretário-geral da ONU apelou hoje  a uma "ação imediata e concertada" na República Centro-Africana, durante  uma sessão especial do Conselho dos Direitos Humanos em Genebra para criar  o cargo de perito independente para o país. 

© Azad Lashkari / Reuters

"Agradeço ao grupo africano por ter tomado a iniciativa de organizar  a sessão sobre a República Centro-Africana -- uma crise de proporções épicas  que exige uma ação imediata e concertada", sublinhou Ban Ki-moon numa mensagem  lida pelo diretor da ONU em Genebra, Michael Moeller. 

"A RCA (República Centro-Africana) afundou-se (...), o medo invadiu  o país", disse. 

Forças francesas e africanas intervêm na RCA para tentar restabelecer  a ordem e deve juntar-se-lhes uma missão europeia. 

O país mergulhou no caos depois do golpe de Estado de março de 2013  realizado pela coligação rebelde Séléka, com origem na minoria muçulmana  e dirigida por Michel Djotodia, que assumiu a presidência. 

Djotodia demitiu-se no passado dia 10, pressionado por não conseguir  travar os confrontos entre cristãos e muçulmanos, e o parlamento da RCA  está a eleger hoje um novo Presidente de transição. 

"Há certamente um risco de genocídio e este risco vai crescendo se nada  for feito para restaurar os atributos de um Estado e ajudar as pessoas a  ter o mínimo", alertou o embaixador centro-africano junto da ONU, Leopold  Ismael Samba. 

O responsável defendeu a aplicação de um "plano Marshall" (de recuperação  económica) para "salvar o país e evitar que a gangrena que o atinge se propague  aos vizinhos da sub-região". 

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse  ter havido no país "violações dos direitos humanos em larga escala" e defendeu  "uma resposta mais vigorosa" à crise para "proteger os civis, evitar mais  violência, acabar com a impunidade e promover a reconciliação". 

Os confrontos sectários provocaram deslocações em massa da população,  tendo perto de um milhão de pessoas abandonado as suas casas na RCA desde  final de março de 2013. Além disso, cerca 2,6 milhões (metade dos habitantes  do país) precisa de ajuda humanitária. 

 

     

 

Lusa