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Presidente ucraniano avisa que protestos em massa ameaçam o país

O Presidente ucraniano, Viktor Ianukovitch, avisou  hoje que as manifestações em Kiev e os confrontos com as forças policiais  são uma ameaça "para toda a Ucrânia", antes de apelar ao diálogo entre Governo  e oposição.  

(Reuters)
© Vasily Fedosenko / Reuters

"Compreendo a vossa participação nos protestos em massa (...) mas quando  as ações pacíficas degeneram em distúrbios em massa e são acompanhadas de  violências e incêndios criminosos, isso ameaça não apenas os cidadãos de  Kiev mas de toda a Ucrânia", declarou, de acordo com um texto publicado  na página da presidência na internet.  

O procurador-geral ucraniano considerou que os tumultos constituem "um  crime contra o Estado" e apelou aos manifestantes para terminarem os confrontos  com as forças da ordem. A polícia de Kiev indicou que durante os incidentes  foram detidas 31 pessoas.  

Em Bruxelas, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia  (UE) exortaram o Governo ucraniano a anular a legislação que condiciona  o direito de manifestação e consideraram que a violência dos últimos dias  em Kiev foi motivada por um "pacote repressivo" de medidas.  

"As leis aprovadas na semana passada pelo parlamento restringem significativamente  (...) os direitos fundamentais de associação dos cidadãos ucranianos, dos  media e da imprensa", refere a declaração após a habitual reunião mensal  dos chefes da diplomacia dos 28.  

O Governo de Kiev deve "assegurar a revogação destas decisões e assegurar  que a sua legislação está em conformidade com os compromissos europeus e  internacionais da Ucrânia", acrescenta o texto.  

A responsável pela diplomacia da UE, Catherine Ashton, disse em conferência  de imprensa que a Ucrânia foi acrescentada à agenda das conversações "por  estarmos todos preocupados com a (nova)legislação" e considerou "absolutamente  vital" do diálogo entre as duas partes.  

Ao ser questionada sobre a eventual aplicação de sanções dos Estados  Unidos a Kiev, e a posição europeia, Ashton admitiu que Washington está  a discutir medidas "para apoiar o povo da Ucrânia", e assegurou que Bruxelas  vai continuar a "pressionar o governo".  

Os ministros assinalaram que a oferta para a assinatura de um "acordo  de associação" com a UE em novembro, recusado pelo Presidente ucraniano  Ianukovitch após pressões da Rússia e na origem dos atuais protestos, se  mantém "em aberto".  

Hoje, manifestantes da oposição radical envolveram-se em novos confrontos  com a polícia, e após os sangrentos incidentes de domingo, que provocaram  mais de 200 feridos, incluindo dezenas de polícias.  

Lusa