Scarano, que se encontrava já em prisão domiciliária em Salerno, no sul da Itália, por um primeiro caso, recebeu um segundo mandado por um outro caso em que estão implicados um outro padre e um técnico de contas.
De acordo com o diário 'La Repubblica', o outro religioso é um padre de Salerno, Luigi Noli, colaborador de Scarano.
A polícia financeira procedeu ao arresto de bens imobiliários e contas correntes, algumas das quais abertas no Instituto para as Obras Religiosas (IOR), o banco do Vaticano, no valor total de seis milhões de euros, noticiou o jornal 'Corriere della Sera'.
Neste segundo caso, Scarano é acusado de ter branqueado dinheiro de particulares, empresários, advogados, médicos e outros, através do levantamento de dinheiro da conta do IOR. Os recetores do dinheiro entregavam a Scarano cheques para "doações aos pobres" e depositavam os montantes recebidos em contas no estrangeiro, de acordo com a mesma fonte.
O prelado ficou perturbado quando recebeu o segundo mandado de detenção e o advogado pediu a ajuda de um psiquiatra, devido à depressão de Scarano, afirmou a imprensa.
Em comunicado, a polícia financeira indicou que o inquérito foi aberto quando Scarano denunciou, em janeiro do ano passado, um roubo em sua casa, garantindo ter sofrido prejuízos de vários milhões de euros, uma soma incompatível com os rendimentos declarados ao fisco, o que fez dele um suspeito.
No primeiro caso, Scarano foi detido e preso a 28 de junho passado pela polícia italiana, sob a suspeita de ter servido de "fachada" para transferências suspeitas, provenientes do Mónaco e efetuadas através do IOR.
O prelado está, desde então, suspenso do cargo de chefe da contabilidade da APSA, instituição que gere o património do Vaticano.
De acordo com os investigadores, Scarano terá usado contas bancárias do IOR para efetuar transferências em benefício de amigos, incluindo a tentativa de enviar para a Suíça 20 milhões de euros conseguidos através de uma fraude fiscal e pertencentes a uma famílias de armadores napolitanos que Scarano conhecia.
O prelado foi depois libertado do estabelecimento prisional, mas ficou em prisão domiciliária e o processo começou a ser analisado pela justiça italiana em dezembro.
Lusa