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Ministra da Justiça da Ucrânia ameaça instaurar estado de emergência

A ministra da Justiça da Ucrânia, Olena Loukach, ameaçou hoje pedir a instauração do estado de emergência se os manifestantes que ocuparam o seu Ministério no centro de Kiev não abandonarem o edifício.

© David Mdzinarishvili / Reuters

O Ministério da Justiça da Ucrânia foi ocupado na noite de domingo por  ativistas, que construíram de imediato uma barricada em torno do edifício  com sacos de neve e de lixo, de acordo com a agência France Presse. 

Olena Loukach, que participa nas negociações entre a oposição e o Presidente  ucraniano, Viktor Ianoukovich, declarou à televisão que iria pedir a interrupção  das negociações se os manifestantes não desocuparem a sede do ministério.

"Eu vou ter de pedir ao Presidente ucraniano para parar a discussão  se o edifício não for desocupado e se não for dada uma oportunidade aos  negociadores para encontrar uma solução pacífica para o conflito", disse  Loukach. 

A ministra também afirmou que iria pedir ao conselho de segurança nacional  da Ucrânia "para discutir o estabelecimento do estado de emergência". 

A Efe escreve que o Ministério da Justiça ucraniano foi ocupado por  ativistas da organização Causa Comum. 

O líder da Causa Comum, Alexandr Daniliuk, assegurou que a sua organização  vai manter o controlo sobre a sede ministerial, mas permitirá a alguns funcionários  aceder aos seus gabinetes. 

A Causa Comum é uma organização, até agora pouco conhecida, que advoga  o fortalecimento do controlo dos cidadãos sobre a gestão governamental.

No domingo, milhares de pessoas, incluindo líderes da oposição ucraniana,  assistiram às cerimónias fúnebres de um jovem manifestante em Kiev, morto  na semana passada nos confrontos violentos entre manifestantes e a polícia.

Nos últimos dias, a violência voltou à capital ucraniana e a outras  cidades do país, tendo-se assistido à ocupação de edifícios oficiais durante  os protestos para exigir a demissão de Víktor Ianukóvich e do seu Governo.

A oposição mobilizou-se depois de Ianukovich ter recusado, no final  de novembro, assinar um acordo de parceria com a União Europeia, preferindo  uma aproximação à Rússia. 

Ianukovich ofereceu no sábado o cargo de primeiro-ministro ao opositor  Arseni Iatseniuk e prometeu analisar alterações à Constituição, mas a oposição  recusou as propostas e os seus dirigentes disseram aos manifestantes que  pretendem continuar os protestos até que todas as exigências sejam satisfeitas,  a começar pela convocação de eleições presidenciais já este ano.