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Parlamento ucraniano revoga leis anti-protesto

O Parlamento ucraniano revogou esta manhã as leis anti-protesto. Os deputados reuniram-se numa sessão de emergência para cumprir o acordo alcançado entre o Presidente e os líderes da oposição. Revogaram assim as polémicas leis contra as liberdades de expressão e os direitos civis, que têm motivado a escalada de violência em Kiev.

(Reuters)
© Vasily Fedosenko / Reuters

Esta foi uma sessão parlamentar determinante para o futuro próximo do país, mergulhado há dois meses numa crise política.

Também esta manhã o primeiro-ministro ucraniano apresentou a demissão. Mykola Azarov pediu pessoalmente ao Presidente Viktor Yanukovich que aceitasse a decisão. Em comunicado, explicou que se demite com um único objetivo: criar condições para um compromisso social e político que garanta uma solução pacífica para o país.

A chefe da diplomacia da União Europeia manifestou-se "profundamente  preocupada" com a tensão na Ucrânia, onde há semanas se verificam manifestações  e violentos confrontos entre oposicionistas e as autoridades, que na semana  passada  

A tensão aumentou desde que em novembro passado o Governo recuou na  assinatura de um acordo de associação com a União Europeia em favor do reforço  das relações com a Rússia. 

Catherine Ashton afirmou não ver qualquer benefício na declaração do  estado de emergência, como ameaçou ontem a ministra da Justiça ucraniana,  Olena Loukach, cujo Ministério foi ocupado por manifestantes. 

No domingo, milhares de pessoas, incluindo líderes da oposição ucraniana,  assistiram às cerimónias fúnebres de um jovem manifestante em Kiev, morto  na semana passada nos confrontos violentos entre manifestantes e a polícia.

Nos últimos dias, a violência voltou à capital ucraniana e a outras cidades do país, tendo-se assistido à ocupação de edifícios oficiais durante os protestos para exigir a demissão de Víktor Ianukovich e do seu Governo.