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Mau tempo no Reino Unido força recurso a militares nas operações de socorro

O Reino Unido recorreu na quinta-feira aos fuzileiros para as operações de socorro nas inundações que vários responsáveis já classificaram como as piores em 250 anos.

© Toby Melville / Reuters

Cerca de 40 militares ajudaram no reforço das defesas contra o avanço  da água próximo de Taunton, em Somerset, no sudoeste da Inglaterra, onde  há extensões de terra debaixo de água há um mês.  

A polícia local adiantou que os fuzileiros colocaram cerca de mil sacos  de areia ao logo de uma faixa de um-dois quilómetros, próxima do rio Tone,  cujo caudal aumentou muito devido às fortes chuvas que se prolongam na madrugada  de hoje. 

O Governo do primeiro-ministro britânico, David Cameron, tem sido criticado  pela forma como lidou com a crise, que deixou partes do país submersas,  incluindo uma importante linha ferroviária.  

Várias pessoas tiveram de ser resgatadas das suas casas, que foram inundadas,  na quinta-feira.  

São esperadas mais tempestades durante o fim de semana.  

O secretário das Comunidades, Eric Pickles, disse que o Governo iria  reforçar em 30 milhões de libras (36 milhões de euros) os 100 milhões anunciados  por Cameron, na quarta-feira, para reparações de emergência. 

Pickles acrescentou que este inverno está a ser o mais chuvoso desde  o reinado de Jorge III, de 1760 a 1820. 

Os serviços de meteorologia emitiram um comunicado onde especificam  que "as estatísticas regionais sugerem que este é um dos períodos excecionais,  se não mesmo o mais excecional, de chuva de inverno nos últimos 248 anos".

O inverno chuvoso tem batido recordes e os meses de dezembro e janeiro  são o período mais húmido no Reino Unido desde 1910, garantiu o Met Office.

O último mês do ano foi também o mais ventoso desde 1969, com base na  ocorrência de ventos com velocidades de 111 quilómetros horários.  

Só no que respeita à Inglaterra, o período dezembro-janeiro foi o mais  húmido desde 1876-1877 e o segundo mais húmido desde que começaram os registos  da precipitação em 1766. 

Os bombeiros em Somerset e no condado vizinho de Devon resgataram 14  pessoas de casas e veículos bloqueados na quarta-feira e início de quinta-feira.

Do lado continental do Canal da Mancha, a costa francesa foi colocada  em alerta elevado, para enfrentar as inundações subsequentes a ondas devastadoras.

Finisterra, um departamento da Bretanha, foi colocado em alerta vermelho  de inundações, para se preparar para a eventualidade de dois dos seus rios,  o Morlaix e o Laita, transbordarem em resultado das fortes chuvadas previstas.

O alerta foi emitido pela meteorologia francesa pouco depois de ter  colocado outros 29 departamentos, da Bretanha até à região metropolitana  de Paris, sob alerta laranja. 

Nos últimos dias, grandes ondas, ventos fortes e chuva torrenciais têm  afetado as defesas costeiras francesas.