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Cuba vai considerar convite da UE para diálogo político e cooperação

O Governo de Cuba afirmou hoje que "vai considerar  o convite" da União Europeia (UE) para negociar um acordo de diálogo político  e cooperação "de maneira respeitadora, construtiva e em função da sua soberania  e dos seus interesses nacionais". 

Raul Castro (Reuters/Arquivo)
© Gary Hershorn / Reuters

Em comunicado, o Governo cubano recordou que em 2008 a UE e Havana tinham  decidido retomar o diálogo político sobre bases recíprocas, com pleno respeito  da soberania, do enquadramento jurídico e do ordenamento institucional das  partes "e com total cumprimento do princípio de não-ingerência nos assuntos  internos dos estados".  

Esta decisão do Governo cubano segue-se à aprovação hoje pelos ministros  dos Negócios Estrangeiros da UE da abertura de um processo de negociações  destinado a normalizar as suas relações com Cuba, suspensas há mais de dez  anos, para encorajar Havana a prosseguir as reformas no âmbito da economia  e direitos humanos.  

Reunidos em Bruxelas, os ministros concordaram em iniciar negociações  para garantir a conclusão de um "acordo de diálogo político e cooperação"  com a ilha, dirigida por Raul Castro, o irmão mais novo de Fidel Castro.

A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, foi autorizada a iniciar  a negociação, que poderá ocorrer "ainda este mês".   

O objetivo do acordo consiste em ampliar os âmbitos de cooperação com  a ilha, acompanhar as reformas socioeconómicas e fomentar um maior respeito  pelos direitos humanos, num momento em que a União observa "um certo movimento  no plano económico e moderação no plano político", segundo as mesmas fontes.

A UE suspendeu a sua cooperação com o Governo cubano em 2003, após uma  vaga de repressão à oposição e que implicou pesadas penas de prisão a 75  dissidentes, libertados posteriormente.  

Desde o início do diálogo entre as duas partes, em junho de 2008, já  foram concluídos diversos acordos bilaterais entre Cuba e cerca de 15 estados-membros  da União.  

De momento, os países da UE decidiram conservar a "posição comum", adotada  em 1996, que condiciona as relações com Havana aos avanços no campo dos  direitos humanos. Esta orientação foi exigida pelos países menos favoráveis  a uma alteração da atitude face à Havana, em particular a Polónia e República  Checa.  

 

Lusa