"Santiago Andrade morreu ontem de manhã (segunda-feira) após o diagnóstico de morte cerebral. A sua família já doou vários dos seus órgãos", declarou uma porta-voz da TV Bandeirantes.
O operador de câmara, funcionário da emissora TV Bandeirantes, estava a registar imagens de confrontos entre polícias e manifestantes quando foi atingido por um objeto pirotécnico, na sexta-feira passada.
O profissional foi socorrido e transportado para o hospital, onde foi submetido a uma cirurgia. Santiago ficou depois em coma induzido, ligado a aparelhos de suporte de vida. Primeiro jornalista morto nos protestos violentos que abalam o Brasil desde a agitação social de junho de 2013, o repórter de imagem, de 49 anos, foi declarado em estado irreversível de "morte cerebral" por uma equipa de neurocirurgiões.
Santiago Andrade morreu pouco tempo depois, após os médicos terem desligado os aparelhos de suporte de vida, com o consentimento da família, segundo relatou a agência noticiosa francesa AFP.
A morte do operador de câmara suscitou uma comoção geral no Brasil, incluindo da mais alta figura do Estado brasileiro. A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, considerou que "não é aceitável que manifestações democráticas sejam desvirtuadas por quem não tem respeito pela vida humana".
Dois manifestantes suspeitos de terem manipulado o objeto pirotécnico devem responder pelo crime de homicídio voluntário e pelo uso de explosivos. Os dois indivíduos, detidos pelas autoridades brasileiras, incorrem de uma pena máxima de 35 anos de prisão.
Lusa