Friedrich, que era ministro do Interior no anterior Governo, demite-se apenas dois meses depois da tomada de posse do novo executivo da chanceler Angela Merkel, um Governo de coligação entre a União Democrata-Cristão (CDU), a União Social-Cristã (CSU) da Baviera, partido ao qual pertence Friedrich, e o Partido Social Democrata (SPD).
O ministro estava sob forte pressão desde que foi noticiado que terá quebrado o segredo de justiça ao informar o líder do SPD - Sigmar Gabriel, vice-chanceler e ministro da Economia do atual Governo - de que o nome de um destacado deputado do partido constava de uma lista de suspeitos numa investigação internacional sobre pornografia infantil.
Hoje, a informação foi confirmada por um porta-voz do ministro.
Os factos remontam a outubro, um mês depois das eleições legislativas alemãs e em pleno processo de contactos para a formação da "grande coligação" entre a CDU e o SPD, principal partido da oposição.
Friedrich insistiu hoje, através do porta-voz, estar convicto de não ter agido erradamente, legal ou politicamente, mas disse que apresentaria a demissão se fosse aberto um inquérito judicial.
O porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, disse por seu lado à imprensa que a chanceler manteve hoje "intensas conversações" com Friedrich e que o ministro "está ciente da dimensão do caso".
O escândalo rebentou com a notícia, esta semana, de que a polícia fez buscas na residência e no escritório do deputado social-democrata Sebastian Edathy no âmbito de uma investigação sobre pornografia infantil.
Edathy, que se tornou conhecido quando em 2011 presidiu à uma comissão parlamentar sobre a descoberta de uma célula nazi, demitiu-se esta semana da câmara baixa do parlamento (Bundestag), alegando razões de saúde.
Numa declaração que colocou online, o deputado negou veementemente ter na sua posse pornografia infantil.
Lusa