"A câmara está praticamente vazia", disse um dos líderes opositores Rouslan Andriko.
Minutos mais tarde, o embaixador suíço em Kiev, cujo país assegura a presidência rotativa da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), entrou no edifício.
"A Suíça foi convidada pelas duas partes em conflito para participar no processo de transferência da câmara para as autoridades", disse o embaixador Christian Schoenenberger.
O edifício da câmara, ocupado pelos opositores ao Presidente Viktor Ianukovich a 01 de dezembro, é juntamente com a praça Maidan, em Kiev, um dos lugares simbólicos da contestação.
A sua evacuação era uma condição chave para a aplicação da lei da amnistia a 234 manifestantes que tinham sido libertados, mas sob os quais recaem ainda acusações de crimes passíveis de penas até 15 anos de prisão.
Situada no bairro central de Khrechtchatik, a câmara foi ocupada na sequência de uma manifestação em protesto pela dispersão violenta de estudantes no centro de Kiev.
O edifício, onde foram instalados uma cantina e um hospital, albergava 700 manifestantes.
A Ucrânia é, há mais de dois meses, palco de protestos antigovernamentais depois de o Presidente Viktor Ianukovich ter rejeitado um acordo comercial com a União Europeia a favor do reforço das relações com a Rússia.
Quando no final de janeiro as manifestações antigovernamentais se tornaram violentas, causando quatro mortos e mais de 500 feridos, Ianukovich iniciou um processo negocial com a oposição.
Demitiu o Governo e anunciou que todos os manifestantes detidos desde o início da contestação seriam amnistiados desde que abandonassem os edifícios públicos que ocupam.
Na sexta-feira, as autoridades anunciaram que todos os prisioneiros tinham sido libertados e que as acusações contra eles seriam abandonadas dentro de um mês, a partir de 18 de fevereiro, se as condições da amnistia fossem cumpridas.