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Venezuela acusa os EUA de "retaliação"

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela acusou hoje os EUA de "retaliação" ao expulsar três diplomatas venezuelanos  de Washington, no mesmo dia em que o Governo norte-americano pediu mais  "seriedade" a Caracas para restabelecer as relações bilaterais.

(Reuters)
© Jorge Silva / Reuters

"É uma represália a uma justa expulsão", disse Elías Jaua. Segundo o chefe da diplomacia de Caracas, "não se pode falar de reciprocidade"  porque os diplomatas venezuelanos não estavam "a estimular" jovens contra  o Governo norte-americano, nem a fazer contatos com grupos violentos, nem  a promover, financiar ou alentar politicamente a que estejam numa atitude  de desobediência. 

A expulsão tem lugar no mesmo dia em que o Governo venezuelano anunciou  que designará Maximilian Arveláez (ex-embaixador venezuelano no Brasil)  como novo representante nos EUA, com "uma mensagem clara" do Presidente  Nicolás Maduro de restabelecer as "relações diplomáticas de entendimento  franco, sincero e honesto". 

Entretanto a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse hoje,  durante uma conferência de imprensa, que os EUA querem ver mais "seriedade"  e "passos positivos" de parte da Venezuelana antes de proceder a uma troca  de embaixadores. 

"Desde há tempos que indicamos que estamos preparados para desenvolver  uma relação mais construtiva, mas a Venezuela tem que mostrar mais seriedade (no diálogo com os EUA) para que isso ocorra. Estamos abertos a uma relação  positiva, mas temos que ver mais passos positivos de parte da Venezuela",  disse. 

Os EUA declararam hoje 'persona non grata' três funcionários da Embaixada  da Venezuela em Washington, identificados como Ignacio Luis Cajal Ávalos,  Víctor Manuel Pisani Azpurua e Marcos José García Figueredo, e deu-lhes  48 horas para abandonarem o país. 

A decisão dos EUA tem lugar depois de o Presidente venezuelano, Nicolás  Maduro, ordenar a expulsão, a 17 de fevereiro último, de três funcionários  da embaixada dos EUA em Caracas, Breann Marie McCusker, Jeffrey Elsen e  Kristopher Clark. 

Caracas acusa os diplomatas de conspirarem para encetar um golpe de  Estado, o que é refutado por Washington. 

Elias Jaua insistiu hoje nas denúncias do Governo venezuelano de que  funcionários norte-americanos estiveram por detrás dos protestos violentos  ocorridos no país e assegurou que a ingerência dos EUA nos assuntos internos  "é pública e notória". 

"Vamos a um processo de retificação. Retifiquem os EUA a sua política  de ingerência na Venezuela e nós retificaremos onde houver que retificar,  desde o ponto de vista das relações bilaterais, porque os assuntos internos  decidimos nós, os venezuelanos", disse. 

 

     

 

Lusa