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Protestos, filas para compras e cortejos marcam Carnaval na Venezuela

A Venezuela está a viver este ano um Carnaval atípico, em que aos tradicionais cortejos e concursos de disfarces se juntam manifestações de rua e longas filas para os cidadãos poderem comprar alguns produtos que escasseiam. Os opositores da revolução bolivariana, optaram por convocar manifestações em várias regiões do país em protesto pela repressão policial, a insegurança, a escassez de produtos e a alta inflação, sublinhando que não há motivo para festas e celebrações. Hoje, em Caracas, opositores ao presidente Nicolás Maduro, estudantes e jornalistas marcharam até à sede da Organização de Estados Americanos, onde entregaram uma carta exigindo "que se pronuncie sobre os problemas e a crise política" venezuelana. Acompanhados por líderes políticos, marcharam ainda até à prisão de Ramo Verde, onde está detido o líder opositor Leopoldo López, para pedir a sua libertação. Por outro lado, respondendo a um apelo do Governo, muitas pessoas deslocaram-se para várias praias do país, onde participaram em atos culturais e desportivos, em concursos de disfarces e desfiles carnavalescos, porque que "a oposição não tem o direito de tirar-lhes o Carnaval". Em Caracas houve quem passasse longas horas em filas para entrar em supermercados da rede pública, onde à saída se queixavam dos altos preços e de dificuldades para conseguir leite, café, óleo, farinha de milho, papel higiénico e alguns produtos de limpeza. Lusa (Fotos Reuters)