Mundo

OMS rejeita acusações dos detratores das vacinas

A Organização Mundial da Saúde rejeitou hoje  as acusações dos detratores das vacinas, que afirmam não servirem para nada  e serem arriscadas e consideram que o corpo se defende melhor se não estiver  vacinado. 

O aumento dos contágios de poliomielite nos últimos seis meses levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar emergência sanitária mundial. A OMS já detetou casos em mais de uma dezena de países.
© Khaled Abdullah Ali Al Mahdi

"O impacto das vacinas na vida das pessoas é certamente uma das melhores  coisas que já se viram", declarou o responsável da divisão de vacinas da  OMS, Jean-Marie Okwo-Bele. 

A oposição às campanhas de vacinação de crianças contra doenças contagiosas,  como a rubéola ou a tosse convulsa, aumentou nos últimos anos, nomeadamente  nos EUA e no Reino Unido. 

Os opositores contestam a necessidade de vacinação e alguns afirmam  haver uma ligação entre o autismo e a vacina contra a rubéola, associação  rejeitada pela maioria do mundo científico. 

"Tentamos determinantemente conter, reverter esta tendência", declarou  Okwo-Bele à imprensa em Genebra. 

"Temos uma grande proporção de pessoas que acreditam nas vacinas, eles  devem ajudar-nos a transmitir a nossa mensagem", acrescentou. 

A OMS acredita que para esta tendência contribui o total ou quase completo  desaparecimento de muitas doenças graves nos países ricos, que leva a alguma  complacência por parte da população. 

"O importante na complacência é que o número de pessoas suscetíveis  que resistem ou rejeitam os factos vai aumentar, e as doenças vão voltar,  como se pode ver nos EUA com o sarampo e a tosse convulsa", disse a especialista  da OMS em imunização Tracey Goodman. 

Segundo Okwo-Bele, não é por uma doença ter quase desaparecido que se  deve parar a vacinação. 

"No caso da poliomielite, não é por não haver casos há 10 ou 15 anos  que deixou de haver riscos", afirmou. 

As declarações surgem na véspera do arranque da Semana Mundial da Vacinação,  que a OMS organiza entre 24 e 30 de abril. 

Já hoje a organização alertara, em comunicado, que mais de 22 milhões  de crianças em todo o mundo, cerca de uma em cada cinco, estão atualmente  por vacinar contra doenças básicas. 

Sob o lema "Imunização para um Futuro Saudável. Saber, Verificar, Proteger",  a semana da OMS visa apelar às pessoas que saibam mais sobre quais as vacinas  necessárias, verifiquem se a imunização das suas famílias está atualizada  e procurem os serviços de vacinação para proteger todos os familiares. 

 

Lusa