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Infeções menores podem voltar a matar devido a resistência a antibióticos

Infeções consideradas atualmente como  menores podem voltar a matar se nada for feito com urgência a nível global  para lutar contra a resistência aos antibióticos, alertou hoje a Organização  Mundial de Saúde (OMS). 

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© Fabrizio Bensch / Reuters

No primeiro relatório sobre a resistência aos antibióticos a nível mundial,  a OMS afirma que "esta grave ameaça já não é uma previsão, mas uma realidade  em cada uma das regiões do mundo e todos, independentemente da idade e do  país, podem ser afetados". 

Considerados pela OMS como um dos pilares da saúde, os antibióticos  permitem-nos viver mais tempo e com melhor saúde, mas a sua utilização incorreta  tornou-os praticamente ineficazes em algumas décadas. 

"A não ser que os numerosos atores envolvidos ajam urgentemente, de  modo coordenado, o mundo caminha para uma era pós-antibióticos, onde infeções  comuns e feridas menores que têm sido tratadas há décadas podem voltar a  matar", advertiu Keiji Fukuda, sub-diretor-geral da OMS para a segurança  sanitária. 

"Se não tomarmos medidas significativas para evitar as infeções, mas  também para alterar o modo como produzimos, receitamos e utilizamos os antibióticos,  vamos perder pouco a pouco esses benefícios para a saúde pública mundial  e as consequências serão devastadoras", afirmou. 

O relatório, com dados de 114 países, indica que existe resistência  a numerosos agentes infeciosos, mas centra-se na resistência aos antibióticos  de sete bactérias responsáveis por doenças comuns como as infeções hematológicas  (septicemia), diarreias, pneumonias, infeções das vias urinárias e gonorreia.

A OMS, que classifica os resultados de "muito preocupantes", considera  como uma das principais causas da resistência a incorreta utilização dos  antibióticos: nos países pobres as doses administradas são demasiado fracas  e nos países ricos a utilização é excessiva. 

A organização critica também a falta de vigilância do uso dos antibióticos  nos animais destinados ao consumo humano. O estabelecimento de sistemas de vigilância do fenómeno, a prevenção  das infeções e a criação de novos antibióticos são as recomendações feitas  pela OMS. 

 

     

 

Lusa