Com base em análise genética, o estudo hoje publicado demonstrou como o proprietário de um camelo foi infetado pelo animal, o que reforça a ideia de que esse animal pode ser fonte de contágio do coronavírus para os seres humanos, a partir de reservatórios biológico onde se esconde.
A presença de "sequências genéticas idênticas" entre coronavírus identificadas em ambos os casos "apontam para uma transmissão direta entre o animal e o indivíduo usado sem qualquer estágio intermediário", sugere uma equipa de especialistas da Universidade Rei Abdulaziz, da Arábia Saudita, que participou no estudo.
O coronavírus afeta o sistema respiratório dos humanos e é responsável por até um terço de todas as constipações.
Uma estirpe mais severa do vírus, que terá sido transmitida por morcegos, provocou a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS) de 2002, que matou quase 800 pessoas.
A MERS é a nova estirpe, descoberta na Arábia Saudita em 2012 e que terá tido origem em camelos.
Mais mortal, mas menos contagiosa, infetou até agora 636 pessoas, das quais 193 acabaram por morrer.
A Arábia Saudita tem sido o país mais afetado pela MERS, com a maioria dos casos registados e das mortes, mas o Egito, a Jordânia, o Líbano, a Holanda, os Emirados Árabes Unidos e os EUA também já registaram casos de infeção, a maioria dos quais de pessoas que tinham estado na Arábia Saudita.
A Organização Mundial de Saúde admitiu há duas semanas que a sua preocupação com a MERS "aumentou significativamente".
As preocupações centram-se no rápido aumento de casos, na fragilidade sistémica na prevenção e controlo da infeção, assim como nas falhas existentes na informação clínica e na possível exportação de casos para países especialmente vulneráveis.
O vírus provoca uma infeção pulmonar e os afetados sofrem de febre, tosse e dificuldades respiratórias, não havendo por enquanto tratamento preventivo para a doença.
Lusa