Os onze deputados do grupo parlamentar da Esquerda Plural levantaram-se - quando Cayo Lara, o líder da bancada falava - e empunharam cartazes com a frase "referendo já".
Jesus Posada, presidente do Congresso, pediu ordem e siêncio, perante a forte contestação da banca do PP, partido que com o apoio do PSOE, da UPyD e do UPN vão aprovar hoje, com ampla maioria a norma que formaliza a abdicação do monarca.
Os deputados da Esquerda Plural tinham-se apresentado na sessão plenária com um símbolo, na lapela, com as três cores da bandeira republicana, ecoando a defesa de um referendo que posteriormente defenderam no debate.
Mais vocal foi o protesto do porta-voz da força nacionalista basca Amaiur Sabino Cuadra que, no final da sua intervenção e com uma bandeira basca nas mãos gritou, em basco: "Monarquia fora, viva Euskal Herria livre e republicana".
"Agora. Viva", ouviu-se na bancada, perante novos protestos das forças maioritárias.
Todas as forças nacionalistas vão abster-se na votação de hoje com o líder da catalã CiU, Josep Antoni Duran y Lleida a justificar a decisão do seu partido como resposta ao comportamento das forças maioritárias, que acusou de excluírem, há muito, a Catalunha da história de Espanha.
Cayo Lara, por seu lado, criticou a forma como a abdicação está a ser gerida, afirmando que se está a apresentar como regeneração o que é "sangue novo para uma dinastia decrépita".
Olaia Fernández Dávila, porta-voz dos nacionalistas galegos do BNG, também criticou as forças maioritárias, que disse perdem neste processo a "oportunidade histórica" de avançar com um referendo, tendo optado em vez disso por "perpetuar" um regime herdado do franquismo.
Já Alfred Bosch, porta-voz da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que vai votar contra, considerou que "os povos não se herdam" porque "não são um móvel que passa de pais a filhos".