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Irão condiciona cooperação com EUA no Iraque

O Irão admitiu hoje considerar uma eventual cooperação com os Estados Unidos no Iraque, caso as negociações internacionais sobre  o controverso programa nuclear iraquiano tenham sucesso. 

Chefe do gabinete do Presidente iraniano, Mohammad Nahavandian (Reuters/Arquivo)
© Morteza Nikoubazl / Reuters

A posição de Teerão foi avançada por Mohammad Nahavandian, chefe do  gabinete do Presidente iraniano, Hassan Rohani, durante uma conferência  internacional perto de Oslo, Noruega, dedicada aos mediadores de paz.  

Questionado sobre uma possível cooperação no Iraque, Mohammad Nahavandian  afirmou aos jornalistas que as negociações sobre o programa nuclear com  o grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha)  foram "um teste para a construção de confiança". 

"Se for alcançada uma resolução final, então poderá haver oportunidade  para discutir outros assuntos", disse.  

Rejeitando, por princípio, uma intervenção estrangeira no Iraque, o  chefe de gabinete de Rohani sublinhou que uma eventual intervenção só deverá  ocorrer a pedido e em apoio das autoridades iraquianas. 

"A gestão da situação deve ser confiada ao povo e ao Governo do Iraque.  A população e o Governo iraquiano têm recursos e a determinação para se  defenderem", referiu Mohammad Nahavandian. 

"O mundo exterior só deverá responder se o Iraque assim o desejar e  não deve intervir na gestão da situação", reforçou. 

O representante reiterou que Teerão "irá responder a qualquer sugestão  ou pedido que vise ajudar o Governo iraquiano a responder a este problema  interno", criticando ainda a inação dos Estados Unidos.  

"No que diz respeito aos Estados Unidos, não observamos qualquer ação  séria contra esta onda de terrorismo no Iraque", concluiu.  

Combatentes do grupo extremista sunita Estado Islâmico do Iraque e do  Levante (EIIL) lançaram a 10 de junho uma ofensiva contra várias cidades  iraquianas, controlando nomeadamente a segunda cidade do país, Mossul, onde  sequestraram 49 cidadãos turcos, e ameaçando avançar para Bagdad. 

 

Lusa