Para assinalar o aniversário da destituição de Mohamed Morsi, a Aliança Anti Golpe, uma organização que congrega os apoiantes do presidente islamita deposto, apelou para uma grande manifestação no Cairo.
A 03 de julho de 2013, Abdel Fattah al-Sisi, então comandante do exército, anunciou aos egípcios a detenção e destituição de Morsi, dias depois de milhões se terem manifestado no Cairo contra o presidente, que acusavam de concentrar o poder nas mãos de islamitas, arruinar a economia e desiludir as aspirações de liberdade e justiça social que levaram à revolução de 2011 contra Hosni Mubarak.
À violenta contestação que o afastamento de Morsi desencadeou, al-Sisi respondeu com uma vaga de repressão dos apoiantes do presidente islamita que se saldou em mais de 1.400 mortes, 16.000 detenções e centenas de condenações à morte em julgamentos coletivos quase sumários.
Como retaliação, grupos 'jihadistas' lançaram ataques por todo o país que mataram quase 500 polícias e soldados.
Mohamed Morsi foi acusado e está a ser julgado por fuga da prisão na revolução de 2011, revelação de segredos de Estado, incitamento à morte de manifestantes e desrespeito do poder judicial.
A Irmandade Muçulmana, que Morsi liderou antes de ser presidente, foi classificada como "organização terrorista", ilegalizada e quase todos os seus dirigentes foram detidos e acusados de crimes puníveis com a pena de morte.