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Suspensa condenação à morte de dois culpados da violação de estudante indiana

O Supremo Tribunal indiano suspendeu hoje a condenação à pena capital de dois homens considerados culpados de terem participado, em Nova Deli, em 2012, na violação coletiva de uma estudante, que morreu em seguida, disse um advogado.

© Mansi Thapliyal / Reuters

A mais alta jurisdição indiana tomou esta decisão para poder examinar  um último recurso dos dois homens, o professor de ginástica Vinay Sharma  e o encarregado da limpeza do autocarro, onde ocorreu a violação, Akshay  Singh.   

"A pena foi suspensa pelo tribunal depois da entrega do recurso", indicou  A.P. Singh, o advogado dos dois condenados, que fez também um "pedido especial",  que pode ser apresentado por uma parte quando considera ter sido vítima  de uma manifesta injustiça ou invoca uma decisão inconstitucional.   
  
"As acusações contra os meus clientes são totalmente falsas, foram acusados  erradamente", acrescentou.   
  
"Eles nem estavam em Deli quando este crime ocorreu", indicou.   
  
Quatro homens foram condenados à morte, em setembro, pela violação em  dezembro de 2012 de uma estudante. A jovem, de 23 anos, morreu num hospital  13 dias mais tarde, devido aos ferimentos sofridos.   
  
A vítima foi agredida com barra de ferro e violada num autocarro, a  16 de dezembro, quando regressava de uma ida ao cinema com um amigo.   
  
Este caso levou milhares de indianos revoltados a manifestarem-se para  denunciar as agressões contra as mulheres no país.   
  
O tribunal de Nova Deli confirmou a pena de morte para os quatro homens,  considerando que este "crime atroz" podia ser classificado entre os crimes  passíveis da pena capital.   
  
Os dois outros condenados à morte, Mukesh Singh e Pawan Gupta, também  já apresentaram um recurso semelhante.   
  
Um quinto acusado, de 17 anos na altura do crime, foi condenado a três  anos de prisão.   
  
Um sexto, o motorista do autocarro apresentado como o instigador, foi  encontrado morto na cela, em março. As autoridades penitenciárias disseram  tratar-se de um suicídio.   
  
Lusa